O processo ficou interrompido em tempo de pandemia e agora o regulador, Anacom, vai retomá-lo. As frequências que permitem ver televisão não paga tem de ser libertadas para acomodar os serviços que 5ª geração móvel trará e por isso, quem só tem os canais de televisão não pagos tem de voltar a sintonizar o televisor na faixa definida para que possa continuar a ver televisão.
Porque se realiza a migração da TDT?
A Decisão (UE) 2017/899 do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à utilização da faixa de frequências de 470-790 MHz na União determinou que a partir de 30 de junho de 2020, os Estados-Membros permitissem a utilização da faixa de frequências de 694-790 MHz (700 MHz) pelos sistemas terrestres capazes de fornecer serviços de comunicações eletrónicas sem fios em banda larga.
Tal implica que em Portugal, bem como nos outros países europeus, esta faixa seja libertada das atuais utilizações de Televisão Digital Terrestre (TDT).
Uma vez libertada a faixa dos 700 MHz, esta será disponibilizada para a prestação de serviços de comunicações eletrónicas terrestres sem fios de banda larga, nomeadamente a 5ª geração móvel (5G).
A pandemia Covid-19 veio atrasar todo o processo de “desligamento” e só esta quarta-feira, dia 12 de agosto, o regulador vai voltar ao terreno para continuar o processo.
Em que consiste a migração da TDT?
A migração da rede de TDT, que transmite a RTP1, a RTP2, a RTP3, a RTP Memória, a SIC, a TVI e o Canal Parlamento – os canais não pagos - consiste na alteração das frequências dos emissores que utilizam a faixa de frequências 694-790 MHz para novas frequências de emissão.
Como vai decorrer o processo de migração da TDT?
O Covid-19 mudou todo o calendário. As alterações de frequência dos emissores da rede de TDT teve início a 7 de fevereiro de 2020, com a ressintonia do emissor de Sines. O objetivo era continuar no sul do país seguindo para norte, terminando nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira. Estas alterações à rede, suspensas a 13 de março devido aos constrangimentos associados à pandemia são retomadas hoje com novo calendário de migração dos emissores.
Região 1 |
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Região 2 |
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Região 3 |
Retoma do processo de migração em data a definir |
Região 4 |
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Região 5 |
Início do processo de migração em data a definir |
Região 6 |
Início do processo de migração em data a definir |
Região A |
Início do processo de migração em data a definir |
Região M |
Início do processo de migração em data a definir |
Contas feitas, hoje 12 de agosto, nesta nova leva que abrange dos distritos de Portalegre, Castelo Branco e algumas localidades do distrito de Santarém, o primeiro emissor a ser desligado seré o de Alter do Chão. Terminado o "desligamento" da Região 4 a 22 de setembro com o emissor da localidade de Mosteiro.
Como serão afetados os cidadãos com a migração da TDT?
Este processo não terá qualquer impacto em parte dos utilizadores TDT, designadamente aqueles que já têm os equipamentos sintonizados para os canais 40, 42, 45, 46, 47 e 48, correspondentes a frequências abaixo dos 700 MHz, dado que estes não serão objeto de qualquer alteração.
Os utilizadores que serão impactados com este processo de alteração de frequências são aqueles que têm os equipamentos sintonizados para um dos cerca de 240 emissores que utilizam os canais radioelétricos 49, 54, 55 ou 56, correspondentes a frequências acima dos 700 MHz, e que terão de voltar a sintonizar o seu televisor ou box TDT, usando o respetivo comando.
Os cidadãos terão de comprar algo? Gastarem dinheiro para continuarem a ver televisão?
Não às duas questões. Não será necessário adquirir novas antenas de receção, nem trocar de televisor ou o descodificador TDT (box). Também não será necessário reorientar as antenas de receção (os emissores vão ficar no mesmo sítio).
Também ninguém terá que subscrever serviços de televisão paga (pacotes de televisão), pois todas as pessoas poderão continuar a ver televisão gratuita, como acontece agora.
Sublinhamos que a única coisa a fazer, quando ficar sem imagem no televisor, com o écran negro, é ressintonizar a televisão ou o descodificador TDT para o novo canal.
Acrescento que os utilizadores devem estar atentos e denunciarem quaisquer tentativas de terceiros de os induzir a fazer a aquisição de equipamentos ou a adesão a serviços de televisão paga com o argumento fraudulento de que tal seria necessário face à próxima mudança de frequências da TDT.
Quem tem de ressintonizar a TV/box?
A ressintonização da TV/box tem de ser efetuada por todos os utilizadores que se encontrem atualmente a receber a TDT através dos emissores que utilizam os canais radioelétricos 49, 54, 55 ou 56, correspondentes a frequências acima dos 700 MHz.
Esta migração não afetará:
- quem possui serviço de televisão por subscrição (IPTV, cabo, fibra ou satélite);
- os utilizadores que se encontrem numa zona de cobertura TDT complementar via satélite (DTH);
- os utilizadores que já estão sintonizados nos emissores que utilizam os canais 40, 42, 45, 46, 47 e 48.
O que tenho de fazer para sintonizar os novos canais TDT?
Para proceder à sintonização dos novos canais de TDT – quando ficar sem imagem no televisor - basta efetuar nova sintonia - automática ou manual – através do comando do seu equipamento (descodificador de TDT ou da TV) para voltar a ter a emissão da TDT.
Quem pode ajudar na sintonia da TV/box?
Todas as dúvidas que tiver sobre a sintonia dos canais para a receção de TDT podem ser esclarecidas através de consulta à área da televisão digital ou através do número gratuito do serviço de atendimento da TDT 800 102 002, disponível todos os dias das 9:00 às 22:00, todos os dias, incluindo fins de semana e feriados.
O que acontece se não efetuar a sintonização após a migração?
Se se encontra numa zona servida pelos emissores que vão sofrer alterações de frequências e se não efetuar a nova sintonia, deixará de receber o sinal de TDT.