Licença que não é bem para matar  (3ª parte) - TVI

Licença que não é bem para matar (3ª parte)

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Taser, uma pistola eléctrica

Recentemente, a Taser sofreu um revés aos olhos do público quando um tribunal considerou a empresa parcialmente responsável pela morte de Robert Heston, um homem de 40 anos, residente em Salinas, na Califórnia, que sofreu um ataque cardíaco e morreu após ter sido atordoado com a taser três vezes. A empresa foi obrigada a pagar 6,2 milhões de dólares à família de Heston. Dos 75 processos levantados contra a empresa, este processo foi o único que a Taser perdeu, muito embora noutros casos se tenha chegado a um acordo em tribunal.

O porta-voz da Taser, Tuttle, nega peremptoriamente que alguém alguma vez tenha morrido após ter sido atordoado com uma taser. Ele sublinha que Heston estava sob a influência de metanfetaminas, e o tribunal deliberou que a Taser só foi parcialmente responsável pela sua morte. Tuttle também advoga que os relatórios do perito forense, aos quais a Amnistia Internacional se refere, apenas sugerem que a taser «não foi descartada» como possível causa da morte.

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De facto, Tuttle refere que a corrente eléctrica da taser é tão dolorosa como um choque estático de um puxador de uma porta. «Não magoa», refere Tuttle, que já se atordoou várias vezes. «Não me interpretem mal. É desconfortável. É como sentir no corpo inteiro a sensação que se tem quando se bate com o cotovelo, mas 18 vezes por segundo».

E relativamente à questão se os aparelhos como o XREP e o Shockwave irão fazer com que as tasers sejam usadas mais indiscriminadamente? Obviamente que a Taser International não é a única empresa a desenvolver novas e polémicas armas menos letais. O Joint Non-Lethal Weapons Program (Programa de Armas Não Letais Conjunto) do exército está a testar diversas novas formas de atordoar e incapacitar os inimigos em combate, entre as quais, granadas flash-bang que geram um enorme ruído e clarões para desorientar os alvos, assim como raios laser de meio metro de diâmetro que podem cegar temporariamente o condutor de um veículo a uma distância de cerca de 180m. O denominado Active Denial System, um raio quente que pode fazer com que os alvos sintam que a sua pele está a arder sem causar lesões reais, também se encontra na fase de desenvolvimento.

Porém, mesmo o exército, que tem usado tasers tradicionais no terreno desde 2004, tem dúvidas em relação aos novos brinquedos da Taser International. . «Estamos a realizar bastantes testes para nos certificarmos que não matam pessoas» refere John Keenan, o director para a ciência e tecnologia do JNLWP. «Temos de compreender quais os efeitos para a saúde associados à sua utilização. Se estamos a dizer que é uma arma não letal, temos de garantir que a arma não é letal.»
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