CERN tem novos dados sobre origem do Universo - TVI

CERN tem novos dados sobre origem do Universo

Bosão de Higgs: Peter Higgs no anúncio da descoberta

Novas experiências realizadas com o LHC vão ser apresentadas na conferência «Materia Quark 2012», em Washington

O Centro Europeu de Investigação Nuclear (CERN) possui novos dados sobre a matéria que provavelmente existiu na origem do universo, obtidos em novas experiências realizadas com o LHC, o maior acelerador de partículas do mundo.

Os dados, que serão apresentados durante a conferência «Materia Quark 2012», que começa esta segunda-feira em Washington, baseiam-se nos resultados obtidos em experiências realizadas com iões de chumbo no LHC durante 2011, um ano em que se multiplicou por 20 a obtenção de informação neste campo, adiantou o CERN em comunicado.

Os físicos creem que, nos instantes imediatamente posteriores ao Bing Bang, os quarks e os gluões (estruturas básicas da matéria) não estavam confinados a partículas compostas como os protões e os neutrões, tal como ocorre na atualidade.

A teoria indica que, nos 20 ou 30 microssegundos que se seguiram à «grande explosão», estes componentes se moveram com liberdade num estado da matéria conhecido como «plasma de quarks-gluões».

Demonstrar que esta foi a realidade nesse instante é o objetivo das experiências realizadas no último ano no LHC, essencialmente colisões de iões de chumbo, com o objetivo principal de recrear durante um momento fugaz condições semelhantes às que se deram na origem do Universo.

Os cientistas do CERN examinaram cerca de um bilião destas colisões, o que lhes permitiu obter conhecimentos mais precisos das propriedades da matéria sob condições extremas que explicarão nos próximos dias na conferência na capital norte-americana.

«O campo da física de iões pesados é crucial para demonstrar as propriedades da matéria no universo inicial», afirmou o diretor-geral do CERN, Rolf Heuer.

Na conferência «Materia Quark 2012» serão apresentadas caracterizações mais ajustadas do estado da matéria em condições mais densas e de maior temperatura obtidas em laboratório, graças a projetos do CERN e instituições associadas.

O CERN recreou temperaturas 100 mil vezes mais altas do que a do interior do Sol e densidades também 100 mil vezes superiores do que uma estrela de neutrões.

O CERN pode dar um novo passo para a compreensão da origem da matéria, apenas um mês depois de ter revolucionado o mundo científico ao anunciar a descoberta da partícula que muito provavelmente seja o procurado «bosão de Higgs», peça-chave para explicar o processo de formação do Universo.

O «bosão de Higgs» é a partícula que daria massa ao resto das partículas e que, nessa lógica, teria permitido a formação de toda a matéria existente.
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