Higgs: «Nunca pensei viver este momento» - TVI

Higgs: «Nunca pensei viver este momento»

Bosão de Higgs: Peter Higgs no anúncio da descoberta

Cientista britânico que deu o nome ao «bosão de Higgs» «deliciado» com a descoberta

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Peter Higgs, o cientista britânico que deu o nome ao «bosão de Higgs» e que em 1964 publicou a teoria da existência da partícula subatómica que confere massa, disse estar «deliciado» com a provável confirmação hoje da teoria.

«Nunca esperei que isto acontecesse enquanto eu fosse vivo, e vou pedir à minha família que ponha champanhe no frigorífico», disse o cientista, de 83 anos, numa declaração à imprensa.

Higgs vive em Edimburgo, a capital da Escócia, mas esteve hoje presente em Genebra, quando a Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (CERN, na sigla francesa) anunciou a descoberta de uma partícula subatómica «concistente» com o bosão que tem o nome do cientista.

«É uma coisa incrível, que isto aconteça enquanto eu sou vivo», disse Higgs, que recebeu uma ovação de pé quando chegou ao auditório do CERN.

Higgs sentou-se, no auditório, ao lado do físico belga Francois Englert, de 79 anos, que contribui também de forma separada para a teoria.

«Só quero dizer que os meus pensamentos vão para Robert Brout», disse Englert, em lágrimas, que louvou o terceiro cientista pioneiro, que morreu em 2011, sem ver provada a teoria.

Depois de quase meio século de investigação, e dezenas de milhar de milhões de euros investidos, os cientistas acreditam ter descoberto agora o bosão, considerado um passo essencial na explicação do nascimento do universo e de toda a natureza.

A Alemanha, o país que mais investiu no processo de descoberta da partícula, já saudou a descoberta, que Berlim considerou como histórica.

«A busca pelo bosão de Higgs durou quase 50 anos, mais é possível que tenha sido atingido. A persistência e a curiosidade dos investigadores foram recompensados. Felicito as equipas por esta descoberta sensacional», disse em comunicado Annette Schavan, ministra alemã na investigação científica.

A descoberta da partícula permitiu também aos cientistas respirarem de alívio, uma vez que confirma a teoria que identifica os blocos constitutivos da matéria.

«O bosão de Higgs tinha sido antecipado há mais de quatro décadas e, se não existisse, os teóricos de todo o mundo teriam de voltar ao início, em desespero», disse Anthony Thomas, da universidade australiana de Adelaide, citado pela agência noticiosa France Presse.

O bosão de Higgs combina duas forças da natureza e mostra que são, de facto, aspetos diferentes de uma mesma força maior, sendo que esta partícula é a responsável pela existência de massa nas partículas elementares.
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