Revacinação com BCG pode ter «um efeito muito maléfico» - TVI

Revacinação com BCG pode ter «um efeito muito maléfico»

Tecnologia

A conclusão é de um grupo de investigadores da Universidade do Minho

Um grupo de investigadores da Universidade do Minho descobriu que a revacinação com BCG «não só não melhora a protecção em relação à tuberculose ao longo da vida», como pode ter «um efeito muito maléfico» em termos de patologia pulmonar.

«O nosso estudo mostra que a revacinação terá de ser encarada com cuidado, como uma situação que pode variar em termos de consequências patológicas de indivíduo para indivíduo», afirmou Margarida Saraiva, que integra o grupo de investigadores.

O projecto experimental desenvolvido no Instituto de Ciências da Vida e da Saúde (ICVS) da UMinho recebeu já dois prémios, o primeiro atribuído pela Sociedade Portuguesa de Imunologia - Prémio «SPI Best Paper Award 2010» - que distingue o melhor trabalho científico na área de Imunologia em Portugal, e o Prémio Pulido Valente Ciência 2010, anunciado terça-feira.

A investigadora Margarida Saraiva explicou à Lusa que a vacinação com BCG contra a «Mycobacterium tuberculosis» ou bacilo de Koch confere protecção por um período de tempo limitado e não é cem por cento eficaz na protecção contra a tuberculose. «O nosso estudo poderá ajudar no desenvolvimento e no desenho de novas estratégias de vacinação, sobretudo, na tuberculose. Será um aspecto a ter em conta pelos vários grupos de investigação de novas vacinas», sustentou a cientista.

A equipa do ICVS usou um modelo onde os ratos vacinados repetidamente com BCG após a infecção do agente da tuberculose registavam «um aumento da citocina IL-17 (substância inflamatória), provocando danos nos tecidos do pulmão».
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