Afinal o que se passa nas contas públicas?

A menos receitas fiscais, Fernando Teixeira dos Santos junta a inexistência de privatizações como explicações para endividamento adicional que irá pedir ao Parlamento. O ministro das Finanças não explica, contudo, o aumento do défice para os 8% do Produto Interno Bruto (PIB) assumiu como referencia. É que a queda das receitas fiscais, as únicas com impacto no saldo orçamental, levariam o défice para apenas 6,8% do PIB, escreve o «Jornal de Negócios».

Mas, afinal, o que se passa com as contas públicas? A confiar nos 8% de défice, então, como a oposição quererá ouvir da boca do ministro, será de esperar uma derrapagem da despesa na administração central ou um impacto negativo superior ao previsto nas contas da Segurança Social. A diferença entre os 6,8% do PIB - que ocorreriam só pela perda dos impostos - e os 8% é de cerca 1,9 mil milhões de euros.

Questionado pelo mesmo jornal, por e-mail, o ministro das Finanças preferiu guardar as suas contas, mas salientou, no entanto, que «a despesa do Estado autorizada na lei orçamental agora proposta será inferior em 60 milhões ao limite anteriormente fixado» no orçamento apresentado em Janeiro e aprovado em Março.