Poluição: «Situação em Lisboa é caótica» - TVI

Poluição: «Situação em Lisboa é caótica»

Engarrafamento (arquivo)

Há zonas na capital «que são das piores à escala europeia», diz Francisco Ferreira. Trafego rodoviário é a pior causa, mas estudo aponta solução

Relacionados
«Há zonas em Lisboa que são das piores à escala europeia» no que diz respeito à poluição, disse ao Portugal Diário Francisco Ferreira, um dos responsáveis do estudo da Universidade Nova de Lisboa, que propõe medidas para melhorar o ar na região de Lisboa e Vale do Tejo. «A principal causa de poluição em Lisboa é o tráfego rodoviário», explicou.

O responsável adiantou que «a situação é de tal forma caótica que, em 2005, os limites máximos de partículas poluentes, que não podem ser ultrapassados em mais de 35 dias, na Avenida da Liberdade foram ultrapassados em 180 dias».

Carros só com condutor podem pagar mais para entrar em Lisboa

Governo diz que medidas ainda estão em estudo

O anúncio por parte da autarquia de que iria passar a lavar o piso da avenida duas vezes ao dia merece aprovação de Francisco Ferreira, contudo, o professor considera que «não é suficiente». «As medidas que foram propostas têm de ser aplicadas em conjunto. Só através de um pacote de medidas podemos chegar aos níveis exigidos».

Incentivar a partilha do carro

Dando como exemplo as portagens diferenciadas, Francisco Ferreira admite que talvez o custo mais elevado para entrar na cidade, por si só, não seja suficientemente dissuasor, mas «se for conjugado com o estacionamento pago para todos, excepto residentes, e um controlo apertado ao estacionamento ilegal, torna-se muito mais caro para um condutor trazer o carro para a cidade». Outro incentivo à partilha de automóveis seria a criação de vias só para veículos com três ou mais passageiros.

Outra das medidas que o responsável do estudo e dirigente da Quercus salienta como sendo fulcral é a renovação das frotas de transportes públicos com veículos menos poluentes, associada ao aumento de corredores de bus, para incentivar a população a optar por transportes públicos.

Francisco Ferreira considera que a criação de portagens no interior da cidade, «não é uma medida prioritária por ser muito dispendiosa e envolver meios muito mais complicados».

As medidas apresentadas neste estudo da Universidade Nova de Lisboa serão agora analisadas pela Comissão de Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo (CCRLVT), que tem seis meses para decidir quais serão implementadas. Francisco Ferreira considera que, se os prazos forem cumpridos, «no próximo ano já começaremos a ver os efeitos».

O que pensa destas medidas? Deixe a sua opinião no nosso fórum
Continue a ler esta notícia

Relacionados