Médicos ilibados na Ordem, pais de bebé indignados - TVI

Médicos ilibados na Ordem, pais de bebé indignados

  • Portugal Diário
  • 1 jun 2007, 18:10

Bebé nasceu morto. Entidade arquivou processos antes do tribunal

Os pais do bebé que nasceu morto no hospital Amadora-Sintra em 2002 estão «indignados e surpreendidos» com a decisão da Ordem dos Médicos de arquivar os processos contra dois médicos envolvidos no caso, noticia a Lusa.

Em declarações esta sexta-feira à Lusa, Lino Gonçalves afirmou que nunca pensou que a Ordem dos Médicos (OM) tomasse uma decisão antes de terminar o julgamento de Francisco Madeira e Ana Cristina Pinto Ribeiro da Costa e que essa fosse no sentido do arquivamento dos processos.

No despacho de arquivamento, o relator considerou apropriado dar o beneficio da dúvida aos médicos «com base no princípio jurídico «in dubio pro reo» [em caso de dúvida beneficia-se o réu], fazendo também notar que os clínicos «já foram muito penalizados com os processos que contra eles correram e estão a decorrer».

«Nunca pensei que arquivassem o processo e ainda por cima alegassem que os médicos já foram suficientemente castigados. E os pais não foram?», questionou Lino Gonçalves, admitindo que se sente «revoltado e zangado com a decisão».

O caso remonta a 2 de Março de 2002 e culminou com o nascimento do bebé com recurso ao fórceps no Hospital Dr. Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), após 13 horas de um trabalho de parto.

O bebé ficou com o crânio esmagado em virtude da «má aplicação do fórceps», segundo concluiu uma investigação da Inspecção-Geral da Saúde (IGS).

Segundo o pai do bebé a decisão da OM só deveria ter sido tomada depois de se saber a decisão do julgamento.

Entretanto, esta semana a juíza Conceição Oliveira pediu para abandonar a condução do julgamento dos dois médicos por motivos pessoais e confessou que sentia dificuldades em ser imparcial neste processo.
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