Greve de fome contra pesca ilegal na Universidade do Algarve - TVI

Greve de fome contra pesca ilegal na Universidade do Algarve

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Alunos e investigadores alertam para o esgotamento de «stocks» de peixe nos oceanos

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Alunos e investigadores da Universidade do Algarve (UAlg) iniciam na sexta-feira uma greve de fome de 24 horas, para alertar para o problema da pesca ilegal e do esgotamento de «stocks» de peixe nos oceanos, noticia a Lusa.

Vão ser cerca de 40 pessoas que, sob o mote de que preferem «passar fome a alimentar-se de peixe roubado», querem chamar a atenção para a «grave» situação das pescas a nível mundial.

A greve de fome está a ser planeada pelas organizações Campanha para uma Reforma das Pescas (CFR) e Campanha para um Mar Sustentável (Camarsus), no âmbito de um protesto que durará dois dias e que coincide com o Dia Mundial da Biodiversidade, que se assinala no sábado.

Além da greve de fome, com início marcado para as 14:00 no «campus» de Gambelas da UAlg, vai ser exibido um filme sobre o tema e promovidas acções de sensibilização na rua no sábado.

«Queremos explicar ao público as medidas que deve tomar para contribuir para a sustentabilidade das pescas, como informar-se sobre a origem do peixe e optar por peixe fresco e local», disse à Lusa o mentor da campanha, Greg Puncher.

Entre os peixes que estão na lista vermelha e cujo consumo devia ser reduzido, contam-se o bacalhau, atum azul, raia, tamboril, pescada e o camarão de aquacultura, diz o canadiano, estudante de mestrado na UAlg.

De acordo com Inês Nunes, que também vai aderir à greve de fome, a situação mais gritante é a do bacalhau, em vias de desaparecer, mas que continua a aparecer diariamente nos pratos dos portugueses.

«Gostávamos que a Universidade do Algarve adoptasse uma política de alimentação sustentável nos menus das suas cantinas e bares», afirmou a estudante de Biologia Marinha, sublinhando que deveriam ser apresentadas alternativas.

Como «boas escolhas» para uma alimentação que contribua para a sustentabilidade dos oceanos os estudantes apontam espécies como a sardinha, besugo, carapau, cavala, polvo, choco, lula e amêijoa.

Segundo Greg Puncher, a maioria das pessoas nem se apercebe destes problemas nem tem consciência de que poderá estar a consumir pescado ilegal, pelo que apela aos consumidores para que se informem da origem do peixe.

«Há espécies que estão a ser vendidas como peixe do Atlântico Norte e são afinal peixes tropicais capturados em África», explicou Greg Puncher, alertando para o facto da maioria dos oceanos já estarem sobre-explorados.

«A União Europeia encorajou as companhias a reduzir a capacidade da frota pesqueira em águas europeias para salvar os stocks mas o que elas fizeram foi deslocar os barcos para a costa africana», concluiu.
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