No Goucha, o filho de Marcello Caetano, Miguel Caetano, dá uma entrevista exclusiva a Manuel Luís Goucha.
Miguel Caetano, o terceiro dos quatro filhos de Marcello Caetano, abriu as portas da sua casa a Manuel Luís Goucha para uma conversa intimista onde recorda a vida e a carreira do pai. Um exclusivo do programa Goucha.Admite que o pai nunca seria um democrata. Questionado se seria um ditador ou fascista, Miguel Caetano não hesitou em responder «ditador»: «O meu pai foi ditador. Ele não era fascista»
Recorda-o como sendo um pai austero e exigente, mas que também era afetuoso. Miguel Caetano tem 8 filhos e via num pai um avô totalmente diferente, não usando a sua autoridade. Quando estava exilado, Marcello Caetano escrevia regularmente aos netos.
Perto do final da entrevista, veio à baila um momento mais privado da vida do ditador. Na véspera de completar 50 anos de casado, Marcello Caetano morreu. Já tinha dito ao médico que ia festejar os anos de casamento com a mulher, que já tinha falecido. Manuel Luís Goucha admite-se arrepiado ao falar disso, porque é um lado mais terno de alguém que não era: «É tocante».
Depois do 25 de abril, exilou-se no Brasil e nunca pensou em regressar. Estabeleceu a sua vida e foi bem tratado em terras brasileiras. Miguel Caetano visitou o pai muitas vezes e na última vez que lá esteve já viu o pai doente. Acabou por morrer em 1980 e admite que trazer o pai para Portugal ia desencadear um movimento político.