Susana Tomé: «Como mulher, mudou tudo na minha vida, mataram uma parte de mim»

  • 8 jun 2022, 20:53

No «Goucha», Susana Tomé foi diagnosticada com cancro da mama, durante a gravidez, e mais tarde, teve de fazer uma reconstrução mamária, porém não correu como esperado e foi vítima de um erro médico.

À conversa com Manuel Luís Goucha, recebemos Susana Tomé, que partilha o testemunho de uma mulher que foi vítima de um erro médico.

Durante a gravidez, Susana descobriu um nódulo na mama direita, acabando por ser diagnosticada com cancro da mama. De forma a começar o quanto antes os tratamentos, o parto de Susana foi antecipado. Se o nascimento de um filho vem acompanhado de grandes alegrias, relativamente ao de Susana não se pode dizer o mesmo, já que teve de lutar contra o cancro, após o nascimento do filho.

O plano dos médicos seria realizar somente uma mastectomia na mama direita, como estaria descrito no termo de responsabilidade que Susana assinou. Momentos antes de entrar para o bloco operatório (já Susana estava anestesiada), o médico responsável iniciou as marcações no peito pelo lado esquerdo, pelo que foi alertado pelas enfermeiras e anestesistas, pois estava a cometer um erro. O médico ignorou o alerta e prosseguiu com as marcações, começando inclusivamente a operação pela mama esquerda.

Quando acordou da operação, Susana apercebeu-se que a mama esquerda também tinha sido amputada, claramente sem o seu consentimento. Este ato, por parte dos médicos, foi justificado a Susana como um «erro de comunicação» e esta nunca recebeu um pedido de desculpa.

Mal acordou da anestesia, Susana chamou de imediato a PSP e acusou os médicos responsáveis de negligência e estes acabaram por ser penalizados, pela Ordem dos Médicos. No entanto, o processo de queixa-crime ainda está em julgamento.

Na época, Susana tinha uma relação, que acabou por terminar, dada esta mudança na sua vida: «Como mulher, mudou tudo na minha vida. Mataram uma parte de mim. E naturalmente as coisas não são iguais, eu não sou normal como qualquer mulher».  

Após 1 ano de tratamentos, Susana nunca se conformou com a amputação que sofreu e por diversas vezes, procurou ajuda e consultou vários médicos. Infelizmente, é com grande mágoa que recorda uma das respostas que lhe foram dadas, por parte do médico responsável de uma clínica: «Não vou tratá-la, porque estragou a vida ao meu colega ao denunciar o que se passou».

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