Governo apela a contenção salarial apesar de subida dos preços - TVI

Governo apela a contenção salarial apesar de subida dos preços

Teixeira dos Santos

O maior impacto do elevado peço do petróleo vai dar-se, no que toca a Portugal, na inflação, que deverá ficar acima do valor esperado e que serviu de base aos aumentos salariais.

Apesar disso, o ministro das Finanças apela a alguma contenção nos salários e nos custos de trabalho, pelo bem da competitividade nacional.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu hoje em baixa o crescimento económico previsto para o nosso País, de 1,2% para 0,8%. O ministro das Finanças, que falava com os jornalistas à margem de um encontro com o American Club em Lisboa, recusou-se a antecipar uma possível redução das previsões do Executivo.

Governo ainda não quer falar em revisão de previsões

Recusando-se a comentar a decisão do FMI, o ministro Teixeira dos Santos limitou-se a dizer que vai aguardar o desenvolvimento das condições económicas nacionais e internacionais antes de tomar qualquer decisão.

«O elemento de alguma novidade que nós poderemos ter neste momento é alguma instabilidade nos mercados petrolíferos e o aumento do preço do petróleo em virtude da situação que se gerou em torno do Irão», disse. No entanto, o ministro lembrou que mesmo que o petróleo subisse 20% acima do valor tomado como referência no Orçamento do Estado para este ano, e que era de pouco mais de 65 dólares por barril, teria um impacto muito pequeno no crescimento da economia. O verdadeiro impacto dar-se á, isso sim, «em termos de inflação e de balança de transacções correntes. São esses os impactos do agravamento do preço do petróleo». Mas até agora, o preço do crude está apenas 10% acima do valor de referência.

Numa altura em que a inflação homóloga atinge os 3,1% e que a média anual ascende a 2,5%, uma subida da inflação afasta cada vez mais a taxa do valor que serviu de base aos aumentos salariais e que era de 2,3%.

Empresas devem seguir Governo nos salários

Apesar disso, e por considerar que a competitividade da economia nacional ainda vai passar muito pelo preço das exportações, o ministro disse ser «necessário promover uma política salarial de forma a não prejudicar a competitividade externa, pelo menos controlando o factor dos custos de trabalho. Aliás, o Governo deu um sinal nesse sentido, com a política salarial rigorosa que adoptou para a função pública este ano», lembrou ainda.

Recorde-se que os funcionários públicos foram aumentados este ano em 1,5%, com excepção para os funcionários com salário mínimo, que receberam aumentos de 3%.
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