Marcelo divulga vídeo pelo «não» no Youtube

O ex-presidente do PSD Marcelo Rebelo de Sousa colocou este domingo um vídeo na página da Internet «YouTube», com a sua posição sobre o aborto, afirmando-se pelo «não» mas contra a prisão das mulheres, noticia a agência Lusa.

Acessível também a partir da sua página pessoal criada a propósito do referendo de 11 de Fevereiro sobre a despenalização do aborto, www.assimnao.org, o vídeo começa com Marcelo Rebelo de Sousa em sua casa, a olhar para o relógio.

Veja o vídeo de Marcelo Rebelo de Sousa aqui.

«São agora 10 horas do dia 21 de Janeiro de 2007. Arranca o "Assim Não", um site da minha iniciativa com o apoio de dezenas de jovens. Porquê o site? Porque temos um referendo no dia 11 de Fevereiro e entendemos que devemos participar», justifica.

As razões de Marcelo

No vídeo colocado no www.youtube.com, uma página de partilha de imagens, o actual comentador político da RTP1 recorda: «Eu tenho uma especial responsabilidade. Alguns já não se lembrarão mas eu lembro-os: Quem teve a ideia deste referendo fui eu em Outubro de 1996. Durante dois anos lutei».

«Era António Guterres primeiro-ministro, era o PS Governo, não queria o referendo, não havia referendo», acrescenta. «Agora está toda a gente feliz com o referendo. Eu sinto-me muito feliz. Como imaginam sou mesmo o mais feliz por haver referendo», declara.

Quanto à sua posição sobre a lei que Portugal deve ter sobre o aborto, Marcelo defende que as mulheres deixem de estar sujeitas a pena de prisão de até três anos, independentemente da altura da gravidez em que abortem, mas não esclarece se deve haver uma pena ou sanção alternativa.

«Se fosse a despenalização, eu concordaria. Isto é: não haver pena de prisão para a mulher. Mas não é só às 10 semanas, é às 10 semanas e um dia, às 11 semanas, às 14, às 18 semanas. Não é isso que a lei diz e poderia ter dito, deveria ter dito», sustenta.

Marcelo Rebelo de Sousa referia-se ao projecto de lei do PS associado à pergunta que será colocada aos portugueses no dia 11 de Fevereiro, sobre se deve ser permitido o aborto «por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado».

O ex-presidente do PSD discorda dessa possibilidade, considerando-a «um a livre escolha da mulher por nenhuma causa justificativa, por um incómodo momentâneo, uma mudança de residência, uma depressão ligeira, um estado de alma inconstante».

«Ninguém a convida sequer a reflectir, basta isso para decidir do destino daquela vida humana. Ora: assim não. E o "Assim Não" Vai estar aqui convosco. Eu estarei mais vezes, estarão muitos mais jovens, com informação para provocar o debate», conclui.

No vídeo de três minutos e meio, o social-democrata argumenta estarem já na lei as circunstâncias em que é razoável admitir-se a interrupção da gravidez e cita as razões de saúde da mãe e do feto, causas psicológicas e os casos de violação.