Filhos que abusam sexualmente dos pais - TVI

Filhos que abusam sexualmente dos pais

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Polícia: «Os valores perdem-se por completo e surgem situações chocantes»

A PSP e a GNR registaram em 2005 e 2006 casos de abuso sexual e violação contra pais ou avós. Isto é, casos em que os abusadores sexuais são filhos ou netos. Os crimes denunciados contra familiares têm crescido de ano para ano. 2006 registou um aumento de 48 por cento de queixas.

«São casos raros, mas que acontecem. Geralmente num quadro de famílias desestruturadas e em situações associadas a alcoolismo e ou toxicodependência. Os valores perdem-se por completo e surgem situações chocantes», explicou ao PortugalDiário o subintendente Luís Elias, da Direcção Nacional da PSP.



A maior parte dos casos ocorreu na área da PSP. Em 2005, esta polícia registou quatro denúncias de abuso sexual contra ascendentes. Três perpetrados por homens e um deles por uma mulher.

Em 2006, a PSP registou um caso de violação em que o agressor era um filho ou neto. Por seu lado, a GNR, nestes dois anos, recebeu apenas uma denúncia de abuso sexual, em que o atacante era do sexo masculino.

«Estes são casos em que as vítimas apresentam denúncias nas esquadras ou que a polícia detecta quando é chamada a intervir numa situação de violência doméstica», adiantou a mesma fonte. Por exemplo, as autoridades são chamadas a intervir num caso de agressão e detectam indícios de abuso sexual.

Mais casos todos os anos

O total de crimes contra avós ou pais aumentou 48 por cento, isto se compararmos os dados de 2005 com 2006 e se juntarmos as ocorrências, no âmbito da violência doméstica, de ambas as forças de segurança.

A maioria das ocorrências contra ascendentes foi detectada nos centros urbanos. Na área da PSP há um largo aumento nestes casos. Em 2005, foram detectados 314. Em 2006, crescem para 647. «Acreditamos que o policiamento de proximidade junto de idosos esteja já a dar resultados e com isso haja mais queixas», esclareceu a fonte da PSP.

Em 2005, a GNR registou ainda um caso de homicídio praticado por um filho ou neto contra um familiar ascendente. No conjunto das polícias ocorreram 13 ofensas graves à integridade física e 888 simples.
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