Álcool torna-as mais violentas - TVI

Álcool torna-as mais violentas

  • Portugal Diário
  • Maria João Fernandes
  • 31 jan 2007, 00:40
Álcool [arquivo]

Estudo português sobre «Jovens e Álcool» comprova que mais rapazes ficam embriagados, mas raparigas tornam-se mais violentas. Dados indicam que 47,2 por cento dos jovens começa a beber a partir dos 13 anos. Cerveja é a preferida

Existe «uma associação entre os hábitos alcoólicos e outros comportamentos», como a violência. A afirmação foi feita por Carlos Farate, autor de um estudo sobre os «Jovens e o Álcool», apresentado, esta terça-feira, na Assembleia da República.

Os dados revelados indicam que os episódios de comportamentos exteriorizados, como a violência, decorrentes de hábitos alcoólicos exagerados, têm mais incidência nas raparigas do que nos rapazes, ao contrário do que se pensa, «devido a impasses significativos no processo de identidade» das raparigas, explica.

A questão do número de jovens que, a partir de determinada faixa etária, se inicia no consumo de álcool foi um dos pontos fortes no debate, desta terça-feira, sobre os jovens e o álcool, promovido pela Associação Nacional de Empresas de Bebidas Espirituosas.

O estudo, apresentado pelo professor, revela que 47,2 por cento dos jovens começa a beber bebidas alcoólicas a partir dos 13 anos. Aos 18 anos a percentagem de consumo sobe para os 93,5 por cento.

Um motivo provável para o consumo de bebidas entre os jovens é o efeito provocado por doses elevadas. «O álcool funciona como um «anti-depressivo euforizante», informa o especialista.

Através de uma análise conjunta do estado de saúde dos jovens inquiridos, verifica-se que, 35,6 por cento já tinha hábitos alcoólicos, sendo que a bebida mais ingerida é a cerveja (30 por cento nos rapazes e 17,6 por cento nas raparigas).

Rapazes ficam mais embriagados

Em relação a episódios de embriaguez metade ocorre nos rapazes e um terço nas raparigas. O especialista revelou, também, que as circunstâncias associadas ao consumo advêm, sobretudo, de festas de família e convívios com os amigos.

Carlos Farate, Professor no Centro de Investigação do Instituto Superior Miguel Torga, em Coimbra, apresentou dados relativos ao estudo que realizou sobre «Jovens e Álcool - Tipologia do Consumo de Bebidas Alcoólicas em Portugal». A base de apoio foram inquéritos realizados a 700 jovens escolarizados, entre os seis e os 18 anos, que frequentaram os centros de saúde da região de Coimbra.

Na perspectiva da influência de comportamentos alcoólicos no sucesso escolar, as estatísticas referem, ainda, que não se verifica para a população alvo do estudo, uma associação significativa entre dificuldades escolares (referidas pelos pais) e uso de bebidas alcoólicas (referido pelos adolescentes).

No entanto, o especialista assegura que é «inevitável que não existam repercussões provocadas pelo álcool nos comportamentos escolares».
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