CGTP feliz com «impacto» da greve - TVI

CGTP feliz com «impacto» da greve

  • Portugal Diário
  • 30 mai 2007, 23:15

Mas escusou-se a avançar com um valor final para a adesão

A CGTP escusou-se a avançar com uma valor global final para adesão à greve geral desta quarta-feira, para não entrar em guerras de números, mas manifestou satisfação pelo impacto da paralisação em todo o país, escreve a Lusa.

«Não entramos em guerras de números», disse o secretário-geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, aos jornalistas.

Mas desmentiu a versão do Governo de que a greve foi apenas parcial e com efeitos limitados, dando exemplos de muitos sectores que pararam completamente ou funcionaram a meio gás.

O Governo anunciou que a greve na administração pública teve uma adesão de 13,77 por cento, enquanto no sector privado não ultrapassou os 5 por cento.

Carvalho da Silva disse que estas adesões não podem corresponder à realidade porque ao nível das autarquias a adesão média foi de 85 por cento, mais de 20 mil enfermeiros estiveram em greve, na educação mais de 1.000 escolas fecharam e as que abriram tiveram mais de metade dos professores em greve.

Referiu ainda como exemplo o caso da CP, em que os comboios circularam com supressões e atraso, mas onde a greve contou com uma adesão de cerca de 60 por cento e o caso do aeroporto de Lisboa onde foram cancelados 63 voos, ou dos Açores onde não se efectuaram os voos inter-ilhas.

A última listagem de adesões a greve da CGTP, feita por volta das 17:00 e a que a agência Lusa teve acesso, faz um levantamento de 1.011 locais de trabalho de todos os sectores de actividade.

Apesar da Intersindical não ter avançado com uma percentagem global, até porque não conseguiu fazer um levantamento global, fazendo uma média aritmética das adesões registadas verifica-se uma adesão média de 82,85 por cento (com base na amostragem de 1.011 locais de trabalho).

O levantamento feito mostra adesões muito diferentes de local para local.

Há muitos locais com adesões de 100 por cento, nomedamente no sector da hotelaria e restauração (em refeitórios e cantinas), na saúde (onde a greve dos enfermeiros foi de 100 por cento em muitos hospitais e centros de saúde de todo o país), em serviços de recolha de lixo e em escolas.

No sector da construção a adesão variou entre os 100 por cento e os 25 por cento, no comércio os números variaram entre os 100 por cento e os 10 por cento, nas indústrias eléctricas variou entre os 100 e os 3,33 por cento.

Na metalurgia a variação foi entre os 100 e os 4,44 por cento.

Para Carvalho da Silva os resultados da greve não são contabilizados em números no imediato, mas sim em mudanças que acredita que vão ser feitas no futuro.
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