Greve: nenhum voo suspenso - TVI

Greve: nenhum voo suspenso

  • Portugal Diário
  • 20 ago 2007, 18:39

Groundforce afirma que assegurou todos os voos, mas reconhece atrasos

A empresa de assistência em terra Groundforce afirmou esta segunda-feira que durante a greve dos trabalhadores de "handling" assegurou «a totalidade dos voos previstos», enquanto o sindicato refere que 18 voos registaram atrasos superiores a seis horas, escreve a Lusa.

Em comunicado, a Groundforce afirma que durante as 48 horas de greve dos trabalhadores do handling «foi possível assegurar a totalidade dos voos previstos para o passado fim-de-semana», acrescentando que «entre as 00:00 de sábado e as 24:00 de domingo, a Groundforce prestou assistência a 1.278 voos, não se tendo registado nenhum cancelamento por razões imputáveis à paralisação convocada pelo Sindicato dos Técnicos de Handling Aeroportuário (STHA)».

Contudo, a empresa de assistência em terra aos aviões «reconhece que a paralisação convocada pelo STHA gerou desconforto acrescido à generalidade dos passageiros, que em alguns casos foram submetidos a longos períodos de espera e ansiedade».

De acordo com os dados da Groundforce, no aeroporto de Lisboa, os atrasos «foram em média de 74 minutos por voo durante o dia de sábado, dos quais 63 imputáveis à greve, e de 29 minutos por voo no domingo».

No domingo, e segundo os dados da empresa de assistência em terra aos aviões, num total de 180 partidas registaram-se 154 atrasos, dos quais 153 por efeito da greve.

No entanto, Alberto Ribeiro, do Sindicato dos Técnicos de Handling dos Aeroporto (STHA), disse à Lusa que durante o período de greve «18 voos registaram atrasos superiores a seis horas», salientando que ainda durante o dia de hoje se verificaram «atrasos e estragos nas bagagens».

«Hoje, os voos para a Europa registaram uma ou duas horas de atraso, enquanto os voos intercontinentais sairam com quatro e cinco horas de atraso», acrescentou Alberto Ribeiro.

O sindicalista faz um «balanço altamente positivo», afirmando que o nível de adesão à greve se situou entre «os 80 e os 90 por cento», nomeadamente nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro, onde a adesão «foi muito forte».

Já no aeroporto do Funchal, a adesão foi «mais fraca, nomeadamente no segundo dia, devido a pressões feitas pela empresa, que chegou a prometer promoções».

O STHA acusa a Groundforce de estar a fazer uma operação de «cosmética» no sentido de atenuar os efeitos da greve, afirmando que durante o período de greve, «o pessoal administrativo da Groundforce aceitou despachar aviões, sem ter qualquer tipo de qualificações para desempenhar essa função, pondo em risco a segurança».

Acusações que a Groundforce «repudia», afirmando que «a segurança é um dado adquirido dos aeroportos portugueses, da companhia aérea dominante [TAP] e da Groundforce Portugal enquanto principal agente de handling», pelo que «pôr isso em dúvida [o cumprimento dos procedimentos de segurança] é uma atitude completamente irresponsável e de má fé, que nem o ambiente de uma luta sindical pode legitimar».

Em comunicado, a Groundforce «reitera a sua total abertura e disponibilidade para discutir e negociar em diálogo, todos os temas de interesse para os trabalhadores e para a empresa», mas o STHA considera que «depois da empresa ter violado todas as regras durante o período de greve», a possibilidade de diálogo está «mais longe».

Por fim, a empresa apela ao STHA para que retire o pré-aviso de greve para os dias 31 de Agosto e 1 e 2 de Setembro, considerando que ser «desproporcionada, nesta altura, a existência de um segundo pré-aviso de greve».
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