Portela: atrasos nos voos e na bagagem

O sindicato dos trabalhadores de «handling» garante que, este domingo, todos os voos no aeroporto de Lisboa têm atrasos superiores a três horas e que já houve cancelamentos, informações negadas pela Groundforce, que faz um balanço positivo.

No Porto, segundo o sindicato, a adesão à greve foi de cerca de 70 por cento, sendo que esta madrugada três voos, dois de Lisboa e um da Madeira, chegaram ao Francisco Sá Carneiro sem bagagem, disse fonte sindical. No entanto, António Matos, da empresa Goundforce, garantiu que todos os voos chegaram ao Porto com bagagem.

André Teives, do Sindicato dos Técnicos de Handling dos Aeroportos, afirmou em declarações à Agência Lusa, que a situação vivida no aeroporto de Lisboa em consequência da greve se agravou, não só devido ao «efeito bola de neve», mas também ao aumento da adesão à paralisação que ronda hoje os 90 por cento.

Para além das «filas intermináveis» e dos «amontoados de gente» junto às salas de embarque, «todos os aviões estão a sair com atrasos superiores a três e quatro horas e já houve cancelamentos de voos».

Segundo o responsável do sindicato que representa os trabalhadores das operações em terra, já houve vários cancelamentos, dois anunciados aos passageiros através do painel de informações e 70 «escamoteados».

O sindicalista explicou que se trata de situações em que as companhias aéreas avisam os passageiros que o respectivo voo foi alterado para outro dia e que não devem, por isso, aparecer no aeroporto. Deste modo, não chega a ser anunciado no aeroporto o cancelamento desses voos. «Com isto, a empresa pretende evitar que a opinião pública tome conhecimento do real número de voos cancelados», considerou.

No Porto, o dirigente sindical Joel Cabral acusa a empresa Groundforce de estar a recorrer a trabalhadores contratados por uma empresa externa para assegurar o normal funcionamento do aeroporto, bem como a chamar abusivamente eventuais para trabalhar.

O dirigente acrescentou que «há trabalhadores eventuais que estão a trabalhar em dia de folga e a fazer muitas horas extraordinárias» e que a Groundforce está também a transferir trabalhadores do Lost and Found (sector das bagagens perdidas) para o check-in.

Contactado pela Lusa, António Matos, porta-voz da Groudforce, disse que «se o dia de hoje não correr tão bem como o de sábado (primeiro dia de greve), não será muito diferente».

Estão previstos 106 voos para hoje no aeroporto Francisco Sá Carneiro e até às 10:00 já se realizaram 35, sendo que não houve qualquer voo que ficasse retido ou não aterrasse no Porto devido à greve, acrescentou o porta-voz.