Mais baleias «visitam» os Açores - TVI

Mais baleias «visitam» os Açores

Baleia sardinheira «Casanova» com transmissor

Especialista explica que houve uma «explosão de produção» na zona de organismos de que as baleias se alimentam

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A «explosão de produção» nos mares dos Açores de organismos de que as baleias se alimentam poderá explicar a passagem de um elevado número de cetáceos pelas ilhas na Primavera e no Verão, revelam pesquisas da universidade açoriana, escreve a Lusa.

A Universidade dos Açores (UAç) tem em desenvolvimento um programa de telemetria por satélite de grandes baleias destinado a obter informação sobre o papel que o arquipélago desempenha na ecologia de três espécies que normalmente frequentam as suas águas ¿ a baleia-azul, a baleia comum e a baleia sardinheira.

Num artigo publicado no portal Naturlink, Rui Prieto, investigador açoriano responsável pelo programa, sublinha que as baleias são muitas vezes vistas a alimentar-se durante a sua passagem pelas ilhas, que ocorre principalmente na Primavera e no Verão.

Um dos organismos que na Primavera regista uma «explosão de produção» nos mares do arquipélago é krill do Atlântico Norte, «um crustáceo altamente calórico que poderá ser uma importante fonte de energia para as baleias durante a sua migração», alega o investigador.

Segundo Rui Prieto, «outra possibilidade intrigante» para a passagem de um grande número de baleias pelos Açores pode ter a ver com a hipótese de os montes submarinos do arquipélago «serviram como marcos no meio do oceano».

«A maneira como as baleias conseguem navegar de e para áreas de alimentação ainda não foi desvendada, mas a presença de estruturas que possam servir de marcos poderá ser importante nessa navegação», alega.

O investigador açoriano sublinha também que o programa que a UAç desenvolve, que consiste no acompanhamento via satélite de exemplares em que são implantados transmissores, fornecer, nos últimos três anos, dados que «começam a demonstrar alguns padrões que abrem uma janela sobre a vida deste gigantes do mar».

«Através deste programa começamos a compreender o que estes animais fazem enquanto permanecem nos Açores e o que os atrai a este arquipélago», acrescenta.

O programa de telemetria por satélite de grandes baleias implementado pelo Departamento de Oceanografia e Pescas e pelo IMAR da UAç integra, desde Abril do ano passado, a exposição permanente do Museu da Baleação de New Beford, Estados Unidos, onde é apresentado como exemplo da utilização de novas tecnologias na investigação de cetáceos.
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