Especulação nos cereais tende a acabar após excedentes - TVI

Especulação nos cereais tende a acabar após excedentes

Arroz

Ministro da Agricultura refere «especulação»

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A especulação no preço dos cereais tende a acabar com o aumento previsto da produção na União Europeia, estimando-se obter excedentes de 24 milhões de toneladas este ano, afirmou o ministro da Agricultura.

Em declarações à agência «Lusa», o ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, Jaime Silva, defendeu esta terça-feira que se assiste a uma situação de «especulação, mas também a um ciclo de preço normal no mercado», resultado da combinação entre a oferta e a procura.

Depois do aumento do preço dos cereais, que foi menos acentuado na Europa que no mercado internacional, «com a nova colheita que se espera seja excedentária, os preços deverão baixar», mas nunca para valores semelhantes ao período de antes de 2005, especificou Jaime Silva.

Cereais não faltam

Após em 2007 os stocks de cereais terem estado «próximo do zero», para 2008, a perspectiva é que a situação se altere e o excedente atinja as 24 milhões de toneladas.

«Não há falta de cereais nem há ruptura no mercado», insiste Jaime Silva, acrescentando que os portugueses consomem cerca de quatro milhões de toneladas de cereais por ano, um número muito inferior, por exemplo, ao excedente de 24 milhões previsto para 2008 na Europa.

Embora somente 14% do trigo produzido no mundo passe pelo mercado internacional, «os consumidores estão a ser afectados pela especulação» que se regista nesse mercado, defendeu o governante.

A Europa não é das regiões mais atingidas pela crise do mercado internacional dos cereais, mas «as grandes empresas de comercialização estão a aproveitar para aumentar o preço (dos produtos) no consumidor», com base nas cotações actuais, quando a matéria-prima hoje utilizada no fabrico dos alimentos foi comprada a preços praticados há um ano, explica Jaime Silva.

E, avança que o valor pago pelo trigo mole, utilizado para fazer pão, atingiu um pico em Janeiro, mas em Março já caiu porque «em Junho já vai haver cereal» da nova campanha.

Trigo e arroz mais de 30% mais caros

Este tipo de trigo custava 122,7 euros a tonelada em 2006 e subiu aos 187 euros em 2007, o que representa um acréscimo de 53%, especificou o ministro da Agricultura.

Na UE, entre Abril de 2007 e o mesmo mês deste ano, as subidas nos preços foram de 37% no trigo, 35% no arroz e 23% no milho, segundo dados citados por Jaime Silva.

Portugal importa cerca de 70% dos cereais que consome, principalmente do Reino Unido e da Alemanha, onde as subidas de preços foram inferiores ao mercado internacional.
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