Portugal pode vir também a racionar venda de arroz - TVI

Portugal pode vir também a racionar venda de arroz

Arroz (arquivo)

Países exportadores estão a cortar ou suspender saídas deste cereal

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A recente escalada de muitos bens alimentares e, em particular, de cereais, cujas cotações nos mercados internacionais têm atingido sucessivos máximos, está a tornar-se cada vez mais preocupante.

A especulação, aliada a factores como o desvio de recursos agrários da agricultura para a produção de bio-combustíveis e a degradação das condições meteorológicas para a produção de cereais, está a provocar uma espiral de subidas.

O mais recente desenvolvimento desta «crise» está a afectar particularmente o arroz. Vários dos grandes produtores mundiais deste cereal estão a suspender as exportações do mesmo, como foi já o caso do Brasil, Vietname e Filipinas, países que estão assim a tentar assegurar o abastecimento interno.

O problema é que a medida está a provocar uma escassez de arroz noutros mercados, normalmente importadores de arroz, como é o caso dos EUA, onde duas das maiores cadeias de distribuição (a Wal-Mart e a Sam¿s Club) estão já a racionar a venda deste bem. As lojas inglesas Tilda também

É a primeira vez na história que a venda de um alimento é restringida na Maior Economia do Mundo. A medida, por ser tão drástica, está a assustar os investidores e consumidores. E a tendência pode alastrar a outros países e regiões do Globo.

Portugal em maus lençóis

Em Portugal, e segundo o secretário geral da Associação Nacional dos Industriais de Arroz (ANIA), Pedro Monteiro, que falou ao «Diário de Notícias», a situação já é preocupante porque há menos arroz disponível no mercado. O racionamento pode também vir a acontecer, se a Tailândia restringir as exportações.

A Tailândia é o maior exportador de arroz do mundo e poderá restringir as vendas, tal como já aconteceu com outros países. O Vietname e a Índia, respectivamente segundo e terceiro produtores mundiais, foram mais radicais e baniram as exportações. A tudo isto junta-se uma má colheita na Guiana e no Suriname, pelo que «a Tailândia é o refúgio para Portugal».

Portugal produz arroz tipo carolino para o mercado interno, mas tem de importar todo o arroz agulha que é consumido (80 mil toneladas por ano). O racionamento nas vendas nos Estados Unidos e em Inglaterra está a afectar sobretudo o mercado grossista, embora Pedro Monteiro considere que este é um sinal de alerta muito importante.
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