Álvaro Sobrinho já está acusado pelo Ministério Público, sabe a CNN Portugal, num despacho com mais de 800 páginas em que os procuradores do DCIAP apontam ao antigo banqueiro, que presidiu ao BES Angola, o desvio de centenas de milhões de euros do banco para contas por ele controladas, nomeadamente na Suíça.
Sobrinho é acusado por crimes como burla agravada, abuso de confiança ou branqueamento de capitais, num esquema com recurso a testas de ferro através da concessão irregular de empréstimos, entre 2009 e 2013, de um total de 6,8 mil milhões de dólares (cerca de 6 mil milhões de euros ao câmbio atual).
O luso-angolano, recorde-se, está atualmente sujeito a uma caução de 6 milhões de euros, que pagou, e sem passaporte - só podendo circular no espaço Schengen. Foram estas as medidas impostas pelo juiz Carlos Alexandre quando Sobrinho for interrogado em março passado. Quanto à acusação, foi proferida no final da última semana, antes da entrada em férias judiciais.
Também Ricardo Salgado, ex-patrão do BES, deverá conhecer hoje nova acusação, por burla no processo de aumento de capital do banco em 2014. São dois processos diferentes, mas ambos correm termos no DCIAP.