Kindle pode ajudar jornais em papel? - TVI

Kindle pode ajudar jornais em papel?

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«Financial Times» analisa modelo de negócio e desvenda o que pensa fazer o «New York Times»

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Os representantes da imprensa estão cada vez mais convencidos que os dispositivos como o Kindle, o leitor de livros electrónicos da Amazon, podem ajudar o negócio dos jornais, avança o «Financial Times».

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Esta semana, o «New York Times», o «Boston Globe» e o «Washington Post» anunciaram a sua intenção de subvencionar o custo do novo modelo Kindle para captar subscritores electrónicos em alguns mercados.

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Se tivesse compradores suficientes, um jornal como o «New York Times», que no ano passado registou custos operativos de 2.800 milhões de dólares (2.098 milhões de euros), poderia, em teoria, poupar até 35% se se dedicasse a vender exclusivamente subscrições electrónicas.

Segundo o «Financial Times», a dificuldade reside em chegar ao ponto em que este tipo de subscrições compense a descida da venda de jornais.

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Uma solução pode passar pela subvenção de hardware - o último modelo da Kindle custa quase 500 dólares.

Mas esta comparticipação implica um investimento líquido de que muitos jornais não dispõem; acresce ainda que poucos poderão ser os interessados em aderir às subscrições do Kindle.

O «New York Times» tem previsto cobrar cerca de 170 dólares anuais, a cada subscritor, mas ainda assim o jornal reconhece que apenas conseguiria, com este valor, comparticipar uma pequena parte do hardware. É que se os operadores de telemóveis têm outras formas de obter dinheiro, cobrando por serviços extraordinários como o «roaming», para um jornal é mais difícil.

Outro dos problemas, garante o «Financial Times», reside no facto de, apesar de os jornais pouparem nos custos de impressão e distribuição, o Kindle não dispõe ainda de um mercado publicitário.

O futuro «sem papel» parece, assim, algo distante: pedir aos consumidores que paguem por uma edição electrónica do «New York Times» não faz muito sentido se é possível aceder aos mesmos conteúdos de forma gratuita, a partir do computador.

Se a imprensa levar a sério o modelo de negócio dos leitores electrónicos, também terá de pensar em cobrar para aceder aos seus conteúdos na Internet.
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