Bush propõe fundo para energia limpa - TVI

Bush propõe fundo para energia limpa

  • Portugal Diário
  • 28 set 2007, 18:01

Para promover o acesso dos países em vias de desenvolvimento

O presidente norte-americano, George W. Bush, propôs esta sexta-feira a criação de um novo fundo para promover o acesso dos países em vias de desenvolvimento a formas de energia limpas, escreve a Lusa.

Bush também reafirmou a sua oposição à fixação de quotas mundiais que restrinjam e limitem as emissões de gases com efeito de estufa, insistindo que os países devem recorrer a tecnologias «limpas».

O presidente norte-americano falava no segundo dia de reuniões com os maiores poluidores do mundo sobre alterações climáticas, organizadas pelos Estados Unidos quatro dias depois de uma conferência das Nações Unidas para preparar Bali.

Na mesma reunião estará presente, em nome da presidência portuguesa da União Europeia, o secretário de Estado do Ambiente português, Humberto Rosa, que hoje disse à Lusa que a UE vai apelar em Washington aos países mais poluidores do mundo para que não programem o combate às alterações climáticas antes dos resultados da conferência das Nações Unidas marcada para Dezembro em Bali.

«Em função do que acontecer em Bali, faz mais sentido que todas as economias abordem o assunto. É isso que vou salientar hoje» na reunião, afirmou Humberto Rosa à agência Lusa.

Quinta-feira, no primeiro dia das reuniões de Washington que terminam hoje, a secretária de Estado norte-americana, Condoleeza Rice, anunciou que os Estados Unidos apoiam os objectivos da ONU em matéria de Ambiente.

«Estamos satisfeitos com o facto de ter sido reafirmado que a iniciativa dos Estados Unidos [de agendar a reunião de Washington] não é para competir com o processo de negociações da ONU», salientou Humberto Rosa, lembrando os receios dos ambientalistas, nomeadamente portugueses, de que os americanos conseguissem desviar alguns países do caminho das Nações Unidas com compromissos de redução dos gases de efeito de estufa no âmbito do Protocolo de Quioto.

Os Estados Unidos, que não ratificaram o Protocolo, já anunciaram que não pretendem seguir o exemplo da União Europeia no sentido de impor metas de redução das emissões daqueles gases, pretendendo antes assumir compromissos voluntários que a UE quer que vigorem apenas para países em desenvolvimento, como a Índia ou a China.

Para a reunião de Washington Os Estados Unidos convidaram os 15 maiores poluidores do mundo, como a China e a Índia, e a União Europeia.

O agendamento deste encontro por parte dos Estados Unidos, poucos dias depois ao promovido pela ONU, levou especialistas internacionais a encarar a reunião de Washington como uma forma de a administração norte-americana estar a preparar um boicote às decisões tomadas no âmbito das Nações Unidas sobre alterações climáticas.

Os Estados Unidos têm, no último ano e meio, assumido a importância das alterações climáticas, mas com uma postura diferente da União Europeia, pois recusam metas de redução de emissões de carbono, sugerindo antes estudar para cada sector económico o contributo que pode ser dado sem prejudicar a economia.
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