Ambientalistas querem reciclagem com minhocas - TVI

Ambientalistas querem reciclagem com minhocas

Reciclagem

Quercus e MPI apresentam proposta ecológica para o aterro do Cadaval

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As associações ambientalistas Quercus e Movimento Pró-Informação do Vilar apelaram esta quinta-feira aos municípios do Oeste para aderirem a um sistema inovador de reciclagem, com utilização de minhocas, e a desistirem da ideia de virem a depositar parte do lixo no sistema da Valorsul, informa a agência Lusa.

De acordo com ambas as associações, os municípios devem aguardar por um estudo que está em fase de conclusão e que propõe um tratamento dos resíduos urbanos através da vermicompostagem, isto é, a compostagem com minhocas. Este processo permite reciclar cerca de 80 por cento dos resíduos, uma vez que «as minhocas comem tudo» o que é orgânico limpando os outros materiais.

Rui Berkemeier, responsável do Centro de Informação de Resíduos da Quercus afirmou esta quinta-feira que «em vez de 90 por cento dos resíduos irem parar ao aterro, como acontece actualmente, a zona Oeste pode passar a ter uma central barata e que recicla a maior parte dos resíduos». Trata-se de «um processo ecologicamente quase perfeito» que recicla sem «a emissão de cheiros ou águas residuais, é de rápida implementação, uma vez que não necessita de Estudo de Impacte Ambiental e permite acabar com os maus cheiros no aterro do Cadaval, uma vez que os poucos resíduos a colocar em aterro já não possuem matéria orgânica», explicam as associações.

Este alerta chega um dia antes da reunião da Associação de Municípios do Oeste onde os autarcas deverão discutir a adesão da Resioeste (o sistema onde colocam os resíduos) à Valorsul (a empresa que trata dos resíduos dos concelhos da Amadora, Loures, Lisboa, Odivelas e Vila Franca de Xira). Em causa está a garantia que foi dada aos municípios do Oeste de que o preço a pagar por tonelada baixaria de 40 para 23 euros.

O responsável da Quercus sublinha que «não há garantias de que as tarifas vão baixar. Por isso alertamos os autarcas para não tomarem já a decisão, pelo menos devem esperar pela conclusão do estudo que aponta para uma nova solução». As associações referem ainda que a vermicompostagem tem «custos que rondam os 20 euros a tonelada, ou seja, menos do que o envio para aterro ou para incineração na Valorsul».

Segundo os ambientalistas, que vão também começar a sensibilizar as câmaras municipais, esta solução permitiria ainda aumentar em cinco vezes o tempo de vida do aterro do Cadaval e o desenvolvimento de um parque de indústria de reciclagem.
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