A Liga para a Protecção da Natureza (LPN) criticou hoje o plano nacional de barragens por contemplar um número excessivo de infra-estruturas que põem em risco o bom estado ecológico dos rios portugueses.
A associação ambientalista considera que as barragens têm impactos muito significativos sobre os rios e que o Governo não está a cumprir as orientações da Directiva-Quadro da Água, no sentido de identificar pressões e desenvolver indicadores para avaliar a qualidade ecológica da água e aplicar medidas que permitam atingir um bom estado de todos os rios.
«O bom estado ecológico significa manter a biodiversidade», adiantou à Lusa o presidente da LPN, Eugénio Sequeira, lembrando que 60 por cento dos peixes de água doce em Portugal estão ameaçados de extinção.
O dirigente ambientalista apontou ainda outros riscos associados à construção de barragens, como o facto de diminuir o escoamento a montante e consequentemente agravar a poluição.
«Se os rios não correm, não há nutrientes nem saúde nos estuários», alertou o especialista.
Outro dos efeitos negativos prende-se com a erosão costeira, «já que é preciso haver caudais suficientes para transportar areia para a costa».
Eugénio Sequeira afirmou que as dez barragens planeadas «são excessivas» e que embora possa haver benefícios imediatos, as consequências a longo prazo vão ser graves.
Para a LPN, as alternativas à construção de mais barragens seriam o aumento da eficiência energética, redução dos consumos e produção de energia onde é consumida, recorrendo a fontes renováveis de baixo impacto.
Barragens ameaçam qualidade dos rios
- Portugal Diário
- 1 out 2007, 15:01
Plano Nacional contém número excessivo de infra-estruturas, diz Liga para a Protecção da Natureza
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