As sequelas da prematuridade da bebé norte-americana Amillia, nascida com 22 semanas de gestação, ainda não são todas conhecidas, nem é previsível a qualidade de vida que terá, disse hoje o presidente da Comissão Nacional de Saúde Materna e Neonatal, noticia a Lusa.
Jorge Branco, que dirige a Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, onde foi criada a primeira unidade de cuidados intensivos a recém-nascidos, em 1982, classificou o nascimento de Amillia como um marco na prematuridade, já que esta é a criança que nasceu até hoje com menos semanas de gestação.
Para o especialista, a grande dúvida é saber que sequelas poderão resultar desta prematuridade, já que «ainda é muito cedo para garantir se ela vai ou não ter problemas de visão e respiratórios».
O obstetra frisou os «enormes avanços» que foram feitos nesta área nos últimos anos, assim como o aumento dos casos de prematuros e grandes prematuros.
Como causas para a prematuridade, Jorge Branco aponta a falta de acompanhamento da gravidez, além de doenças genéticas.
Perante estes casos - e principalmente quando as crianças têm menos de 24 semanas, data a partir da qual metade das crianças tem 50 por cento de hipóteses de sobreviver sem sequelas - os especialistas «tentam sempre a reanimação, embora o investimento seja pouco intenso».
Os especialistas indicam que, em cada cem crianças nascidas em Portugal, seis a oito são prematuras.
Amillia, hoje com quatro meses, nasceu com 241 milímetros e 284 gramas no Hospital Baptista para Crianças de Miami, no estado norte-americano da Florida, com 22 semanas de gestão.
A criança, que actualmente pesa dois quilos, já teve problemas respiratórios, digestivos e uma hemorragia cerebral moderada, encontrando-se ainda no hospital, apesar de na terça-feira ter sido noticiado que iria ter alta hospitalar nesse dia.
Sequelas de bebé prematura ainda imprevisíveis
- Portugal Diário
- 21 fev 2007, 13:07
Menina norte-americana nasceu com 22 semanas de gestação
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