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Apenas 14 dos 308 municípios têm nutricionistas

Menus escolares até ao 1º ciclo são da responsabilidade das autarquias

Apenas 14 dos 308 municípios portugueses têm nutricionistas a trabalhar, alertou hoje a Associação Portuguesa dos Nutricionistas, lembrando que os menus escolares do pré-escolar e 1º ciclo são da responsabilidade das autarquias, noticia a Lusa.

Em vésperas do Dia Mundial da Alimentação, e de acordo com o levantamento efectuado pela Associação, os distritos de Bragança, Viana do Castelo, Braga, Guarda, Leiria, Castelo Branco, Santarém, Portalegre, Setúbal, Évora e Beja não têm nutricionistas a trabalhar em qualquer dos seus municípios.

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O distrito do Porto tem seis municípios com nutricionista, Aveiro tem três e os distritos de Coimbra, Faro, Lisboa, Viana do Castelo e Viseu apenas um cada.

Para a presidente da Associação Portuguesa dos Nutricionistas (APN), Alexandra Bento, «é sensivelmente até aos 11 anos que a criança se habitua a comer de forma correcta, pelo que a alimentação escolar é fundamental para criar hábitos saudáveis desde tenra idade».

Em declarações à agência Lusa, a nutricionista salientou ainda que as necessidades alimentares das crianças podem mudar de região para região do país e só um profissional pode determinar como atender o mais correctamente possível a estas especificidades.

Segundo a Lei 159/99, que atribuiu aos municípios as competências nos domínios da educação, saúde, acção social, defesa do consumidor e promoção do desenvolvimento, cabe ao município dispor de meios técnicos, nomeadamente nutricionistas, que assegurem uma alimentação equilibrada e adequada às necessidades da população escolar do ensino pré-escolar e 1º Ciclo.

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Nas escolas cujos municípios não possuem nutricionistas ou que não contrataram uma empresa para a confecção das refeições, a escolha dos menus escolares é feita com recurso aos cozinheiros ou com a colaboração de alguns professores, que não têm os conhecimentos necessários e adequados para responder às necessidades nutricionais das crianças destas idades, critica a APN.

A responsável da Associação sublinha que «na prevenção é que está o ganho e só assim é possível reduzir o número de crianças obesas e pré-obesas em Portugal».

«É urgente aumentar o consumo de fruta, legumes e peixe, em detrimento das carnes vermelhas (como a vaca e o porco) que é excessivo em algumas escolas», acrescenta Alexandra Bento.

Segundo dados da Direcção-Geral de Saúde citados pela APN, 25 por cento das crianças entre os 3 a 5 anos têm excesso de peso, um valor que cresce para 30 por cento nas crianças dos 7 aos 11 anos.

Uma das principais causas está na mudança dos hábitos alimentares, com a substituição da dieta mediterrânica por alimentos ricos em gorduras, açúcar e sal.

Em Portugal estima-se que 3,5 por cento das despesas totais da saúde estejam relacionadas com as doenças provocadas pela obesidade, daí «a necessidade de se apostar na prevenção», reforça Alexandra Bento.

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