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Vestuário: Rigidez no desemprego prejudica indústria

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A Associação Nacional das Indústrias do Vestuário e Confecção (Anivec) está descontente com o actual estado do sector e aponta a rigidez no desemprego como uma das causas.

«O desemprego virou tema proibido, mas não se pode criar condições definitivas de trabalho se uma empresa não tiver condições para isso», disse à «Agência Financeira» o director da associação, António Amorim Alves.

Para o responsável da Anivec, o sector têxtil, que «está a passar por graves obstáculos causados pela abertura da globalização da economia mundial», tem-se ressentido com a «rigidez existente no mercado» que impede a reestruturação das empresas.

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«Portugal é o país mais caro da Europa no que diz respeito a indemnizações por despedimento colectivo», acrescenta António Amorim Alves.

Consciente de que «a mão-de-obra é o factor mais importante» no vestuário e no calçado, o director da Anivec insiste «que o desequilíbrio enorme nas relações de trabalho», em desfavor para os empregadores, tem sido responsável «por imobilismo e estagnação».

Desemprego «não tem de ser dramático»

Para António Amorim Alves, tem-se assistido a um aumento da redução dos postos de trabalho na área do vestuário e da confecção, «mas este não é um fenómeno que esteja subjacente à deslocalização».

«Estamos com uma taxa de desemprego brutal, com 50 por cento de longa duração. Isso é que é grave! O desemprego se não for de longa duração não é uma coisa dramática: pode significar mudança, transição», sublinhou à «Agência Financeira».

No passado dia 18 de Junho, o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, teve uma audiência com a Anivec em que a associação expôs as principais barreiras ao desenvolvimento da indústria, propondo ainda um conjunto de medidas de ordem fiscal, laboral e económica.

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Sobre o encontro, António Amorim Alves refere que o Governo «mostrou abertura para estudar os assuntos e para os tentar enquadrar».

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) referentes ao primeiro trimestre deste ano, o índice de emprego nesta indústria teve uma variação homóloga negativa de 1,4%, enquanto a média dos últimos 12 meses é de 2,2% negativos, o que reflecte uma variação, embora negativa, de menor valor do que em 2006.

Revisão do Código Laboral gera dúvidas

Para a Anivec, a revisão do Código Laboral prevista para o início de 2008, cujo documento preliminar foi conhecido esta semana, gera dúvidas: «As nossas suspeitas em relação ao documento são as do costume, tendo em conta que na última revisão a situação ficou ainda pior para os empregadores», sublinhou António Amorim Alves.

À «Agência Financeira», o director da Associação explica que o Código do Trabalho «tem de promover o emprego e o investimento», sublinhando que «é preciso cuidado na aplicação do termo flexigurança».

«A comparação é perigosa porque este é um conceito surgido num país com um nível de riqueza muito superior ao nosso», concluiu.

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