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Ota e TGV poderão ter «acelerado» mexidas na Caixa

Em causa estarão desentendimentos entre a administração da instituição bancária e o Governo por causa dos grandes projectos públicos. Ministro das Finanças justifica demissões com a ausência de uma «relação de confiança»

O ministro das Finanças justificou a substituição da administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) com a ausência de uma «relação de confiança» que deveria existir entre a administração e o accionista. Mas, segundo apurou o Diário de Notícias, a saída do presidente Vítor Martins terá que ver com desentendimentos entre o administrador e o Governo por causa de grandes projectos públicos.

Segundo fonte do mercado contactada pelo Diário de Notícias, a antiga administração recusa-se a participar nos financiamentos privados aos grandes investimentos públicos como o futuro aeroporto da Ota e o TGV. Nem a Caixa Geral de Depósitos nem o ministério das Finanças quiserem comentar os eventuais desentendimentos.

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Esta «dança das cadeiras» na Caixa vem numa altura em que o Governo beneficiaria de adoptar um «low profile», já que exigiu contenção aos portugueses e assumiu uma postura de austeridade financeira.

«Esta decisão do ministro das Finanças é pouco compreensível, pois vão gastar-se alguns milhões em indemnizações», argumentou ao Diário de Notícias um dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Caixa (STEC), João Lopes.

O Estado terá de pagar indemnizações que correspondem à totalidade dos vencimentos que os três administradores: (Vítor Martins, João Freixa e Alves Monteiro) iriam receber até 2008, altura em que cessa o contrato iniciado em 2004.

Recorde-se que os administradores, agora demissionários, colocaram os seus lugares à disposição quando o Governo de José Sócrates tomou posse. Na altura, o ex-ministro das Finanças, Luís Campos e Cunha, reiterou confiança política na administração.

O ministério das Finanças anunciou esta segunda-feira a substituição do presidente do conselho de administração da CGD, Vítor Martins, por Carlos dos Santos Ferreira. Vítor Martins tinha assumido o cargo há dez meses e tinha mandato até 2008. De saída da CGD estão também o vice-presidente, João Freixa, além dos vogais António Vila Cova, Luís Alves Monteiro e Gracinda Raposo. António Maldonado Gonelha mantêm-se na CGD, agora como único vice-presidente, e os vogais vão ser substituídos por Francisco Bandeira, actual presidente da Caixa Leasing e Factoring, e Armando Vara, que é promovido das funções de director-coordenador no banco público.

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Continuam nos cargos, os vogais José Santos Ramalho, Vítor Lopes Fernandes, Carlos Silva Costa, Celeste Cardona e Norberto Rosa. Além destas alterações, o conselho de administração foi reduzido de 11 para nove elementos.

A decisão de proceder a mudanças na Caixa foi tomada pelo novo Ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, (no cargo há 12 dias) «na qualidade de representante do accionista Estado na instituição», refere um comunicado enviado pelo Ministério.

Segundo Teixeira dos Santos, citado no comunicado da tutela, «uma liderança forte e uma relação com o accionista Estado assente na transparência, sindicabilidade e confiança são condições essenciais» para o bom funcionamento da Caixa Geral de Depósitos.

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