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Dívida dos hospitais às farmacêuticas cresce 55% num ano

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Administradores preocupados. Dívidas ascendem já a 1.034 milhões de euros

Os administradores hospitalares reagiram esta quinta-feira sem surpresa mas com preocupação à subida da dívida dos hospitais à indústria farmacêutica, que em Outubro ultrapassava mil milhões de euros, apontando maiores atrasos nas transferências de verbas da parte do Estado.

O presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, Pedro Lopes, disse à agência Lusa que estes números divulgados pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), avançados pelo jornal «Público», já eram esperados.

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«Não é nada que não fosse expectável. Todos sabíamos que a dívida se estava acumular, que se continua a acumular, e provavelmente chegaria a valores deste tipo», referiu.

Por outro lado, todo o dinheiro que é dos hospitais, mas não está do lado dos estabelecimentos de saúde, implica «grandes dificuldades de tesouraria» e resulta em «incapacidade de honrar os compromissos», salientou.

Prazo médio de pagamento era de 382 dias em Outubro

A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica revelou que a dívida dos hospitais às farmacêuticas cresceu 54,9% entre Outubro de 2009 e o mesmo mês deste ano e ascende já a 1.034 milhões de euros.

O prazo médio de pagamento que a Apifarma encontrou em 39 empresas era, em Outubro, de 382 dias, depois de subir todos os meses desde Dezembro, quando era de 285 dias.

Pedro Lopes apontou várias situações para explicar este crescimento, tendo uma delas a ver com o desempenho dos hospitais e algumas das medidas tomadas pelo Governo para reduzir a despesa.

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Outra razão prende-se com o facto de «a ADSE não ter pago e continuar sem pagar meses do ano passado» e trata-se de «valores financeiros muito significativos», realçou.

Meses de Setembro e Outubro estão por pagar

Por outro lado, da parte da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), responsável pela transferência de verbas para os hospitais, há novamente atrasos: «os meses de Setembro e Outubro estão por pagar e não foi isso que ficou acordado no contrato programa».

Acerca dos montantes por pagar da parte dos ministérios da Saúde e das Finanças, o presidente da Associação disse que «é dinheiro com o qual os hospitais contavam para apresentarem saldos mais razoáveis e para poderem pagar os seus compromissos económicos e financeiros designadamente para com os seus fornecedores, um deles a indústria farmacêutica».

Grande parte do montante da dívida dos hospitais apontada pela Apifarma, que inclui medicamentos e meios de diagnóstico, é da responsabilidade de Entidades Públicas Empresariais (EPE), com 913,5 milhões de euros, ou seja, mais 67,5% que em Outubro do ano passado.

Quando é analisada a dívida dos hospitais à indústria farmacêutica a mais de 90 dias, o valor total é de 733,7 milhões de euros, o que representa um acréscimo de 92,1 por cento num ano.

Resultado de recolha de informação junto de 55 empresas, o relatório da Apifarma revela que nos 12 meses até Outubro, a dívida tem vindo a crescer, com excepção para o mês de Dezembro do ano passado.

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