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Famílias vendem ouro para pagar despesas

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Venda de peças de ouro, passadas de geração em geração, serve para ajudar as famílias a comprar livros escolares ou a pagar propinas nas universidades

A crise continua a não dar tréguas. A venda de peças de ouro, passadas de geração em geração, está a servir, na actual conjuntura de crise, para ajudar as famílias a comprar livros escolares ou a pagar propinas, admitiu à agência Lusa o ourives Manuel Freitas.

Explica o comerciante que, «há um dado comum a quase todos os que aparecem a vender as suas peças de família. É que tentam dar um ar de que estão bem, que não precisam do dinheiro, apesar de venderem até peças de 50 euros».

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O especialista garante que a venda de peças de família, algumas «com várias dezenas de anos», nunca foi «tão elevada como agora».

«Tive o caso de uma senhora da classe média que veio entregar peças para comprar os livros da escola para o neto. Ou uma industrial que vivia muitíssimo acima dos padrões médios mas que me vendeu mais que um quilo de peças, com as lágrimas nos olhos, para pagar os salários em atraso aos trabalhadores da empresa», conta Manuel Freitas. Um negócio que grande parte das vezes termina com «lágrimas a correr pela cara» do cliente.

«Querem quase sempre disfarçar as verdadeiras razões da venda vêm com a sua melhor roupa e com aspecto asseado e até com uma certa altivez. Procuram por todas as gavetas e nunca apareceram tantas peças em metal misturadas com as de ouro», assume.

Os motivos apontados para a venda de ouro

Ainda assim, motivos de doença ou a compra de um terreno são os mais apresentados na altura da venda destas peças, muitos desconhecendo mesmo o real valor do que apresentam ao balcão.

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A título de exemplo, só esta semana, Manuel Freitas comprou, entre outras peças de ouro popular, um crucifixo com cem anos.

Sinais da crise que não se fazem sentir apenas nos portugueses residentes. «Este verão, com a chegada dos emigrantes, percebi que a crise é generalizada. A febre da venda do ouro chegou aos nossos emigrantes, sobretudo em França», conclui.

E o leitor? Ainda está a conseguir contornar a crise? Como se gere o orçamento familiar? Deixe-nos e sua opinião e conselhos na nossa caixa de comentários

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