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Fitch: «Falhar metas para as contas públicas seria insustentável»

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Casa de notação financeira admite «possibilidade» do Governo não conseguir cumprir as metas do défice. Rating será revisto caso isso aconteça

A agência de notação financeira Fitch deu esta quinta-feira um voto de confiança a Portugal afirmando que vê os objectivos para as contas públicas do Governo como «alcançáveis». No entanto, deixou o alerta: falhar as metas estipuladas para este ano seria «insustentável».

Em declarações à Lusa, o director da divisão de análise soberana responsável por Portugal, Douglas Renwick, explicou que a agência vê os objectivos para as contas públicas do Governo português como «alcançáveis», já que um ajustamento similar «já foi realizado com sucesso em economias avançadas no passado».

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Mas deixou o aviso: «Não alcançar as metas irá aumentar os riscos para a retoma, uma vez que pode aumentar a aversão do mercado por activos portugueses, tal como aconteceu em Maio».

Para a Fitch, «os benefícios das medidas de consolidação orçamental do Governo são superiores aos custos» e, apesar deste ajustamento afectar a recuperação da economia, «falhar em consolidar seria insustentável».

Douglas Renwick explicou ainda que, se as medidas não forem implementadas, o mercado externo de dívida vai penalizar os portugueses, aumentando os juros, o que seria muito negativo para Portugal, especialmente porque é o mercado externo que compra a maioria da dívida pública portuguesa.

«Planos de consolidação orçamental fortes e credíveis reduzem a incerteza entre os investidores privados e consumidores», sublinhou Douglas Renwick.

No que diz respeito ao rating de Portugal, o responsável disse que, apesar da classificação não estar automaticamente ligada aos desenvolvimentos económicos, é sensível a estas mudanças: «Se a economia portuguesa entrar em recessão em 2011, irá tornar mais difícil ao Governo consolidar» e atingir o objectivo de 4,6% de défice a que se propôs.

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«Não estamos à espera que isso aconteça, mas é definitivamente uma possibilidade», disse o responsável.

«Esperamos que, se as medidas do Governo conseguirem os resultados esperados, os receios dos mercados cessem. Isto vai permitir aos bancos portugueses e às empresas pedir empréstimos com juros menores, permitindo à economia real beneficiar dos estímulos monetários do Banco Central Europeu».

Governo não tem outra «alternativa»

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