Os portugueses aprenderam a queixar-se. Em 2010, registaram 206 mil queixas nos livros de reclamações, mais 20 mil do que em 2009, com o comércio, as comunicações, o crédito e a saúde a liderar as reclamações, revelou a Direcção-Geral do Consumidor.
A Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE), que fiscaliza o comércio, entre outros, foi a entidade com mais reclamações recebeu no segundo semestre do ano passado (mais de 67 mil) perfazendo um total de 125 mil queixas todo o ano, sendo os maiores motivos a não reparação do bem dentro do prazo legal e o género alimentício não conforme os maiores motivos, escreve a Lusa.
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Comunicações: problemas no equipamento e mau atendimento
Para a autoridade das comunicações, ANACOM, foram encaminhadas no segundo semestre 22.439 reclamações (perfazendo 45.811 em todo o ano), das quais a maior fatia (16.031) relativas à prestação de serviços de comunicações electrónicas e mais de cinco mil sobre os serviços postais.
Nos serviços de comunicações electrónicas os principais motivos de queixa foram problemas com equipamento (3.436 queixas), o atendimento ao cliente (1.463) e as avarias (1.402), enquanto no serviço postal as queixas relacionam-se mais com o atendimento ao cliente (1.530) seguido pela falta na regularidade da recolha (698) e atrasos na entrega (443).
Bancos: contratos e preços geram desconfiança
As instituições de crédito e as sociedades financeiras foram motivo de 10.485 reclamações em todo o ano passado, sendo as cláusulas contratuais (691 reclamações) e os preços e pagamentos (534) os maiores motivos, logo a seguir de «outros problemas» com 2.535 queixas (dos quais se destaca o credito à habitação, que teve 1.205 queixas, e o atendimento deficiente com 1.024 queixas).
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Os seguros foram alvo de 1.380 reclamações no segundo semestre, sendo o sinistro o motivo de mais de mil dessas queixas, terminando o sector com 2.624 queixas em 2010.
A aviação foi motivo de 6.046 no final daquele ano, sendo o cancelamento de voos e os atrasos os principais motivos.
Serviços básicos também geram descontentamento
A saúde foi motivo de 8.103 em 2010, das quais 1.549 devido a atendimento deficiente, 942 devido à qualidade da assistência administrativa e 589 por causa da qualidade da assistência de cuidados de saúde.
As restantes 2.434 queixas na área da saúde devem-se a outros problemas, dos quais quase metade (1.066) reclamações devido aos tempos de espera, 355 por questões financeiras e 244 devido a problemas de assistência humana.
As águas e resíduos foram motivo de 1.762 reclamações no último semestre, sendo a facturação (819) e o atendimento (391) as principais razões, ficando o sector no final do ano com o registo de 2.952 queixas nos livros de reclamações.
A energia foi a razão de 2.809 queixas em 2010, sendo que o gás natural, com 1.142 reclamações, ultrapassou o sector da electricidade (418), cujos maiores motivos de queixa foram a facturação.
A área da segurança social, incluindo pré-escolar, lares, centros comunitários ou cantinas, foi alvo de 1.148 queixas no final de 2010, das quais a grande maioria (221) no centro distrital de Lisboa e a seguir (com 95 queixas) no de Setúbal.
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