O presidente da Câmara da Maia, Bragança Fernandes, defendeu esta sexta-feira a introdução de portagens na 2ª Circular, em Lisboa, e na VCI, no Porto, caso regresse a cobrança aos troços iniciais da A3 e A4.
«Não pode ser. Não acredito nisso. Sou apologista do princípio do utilizador-pagador, mas não podem ser sempre os mesmos a pagar», disse Bragança Fernandes à Lusa, sobre a possibilidade de o Governo reintroduzir portagens no troço Porto-Maia da A3 e Porto-Ermesinde da A4.
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O autarca manifestou «completo desacordo» quanto a essa eventualidade, porque «a Maia ia parecer uma ilha rodeada de portagens por todo o lado».
Bragança Fernandes recordou que as portagens foram abolidas nos troços iniciais da A4 e A3 precisamente para facilitar a acessibilidade à Maia, Ermesinde e Valongo, pelo que a sua reintrodução iria «entupir tudo e mais alguma coisa».
O autarca alertou também para o aumento da poluição que causaria a medida, prevendo uma «redução de 40 por cento do tráfego» naqueles dois troços, tal como aconteceu nas antigas SCUT, e a sua transferência para a Estrada da Circunvalação, Via Norte e arruamentos urbanos.
Para o presidente da Câmara da Maia, o hipotético alargamento do princípio do utilizador-pagador a todas as auto-estradas e vias rápidas teria de implicar também a cobrança de portagens noutros troços isentos, nomeadamente na 2ª Circular, VCI e A28.
O Governo admitiu hoje estar a estudar várias hipóteses para financiar a empresa Estradas de Portugal, adiantando que «não há ainda nenhuma decisão tomada» sobre a introdução de novas portagens em alguns lanços de auto-estrada.
O jornal «Público» noticia hoje que o Governo planeia, além das portagens nas SCUT (auto-estradas sem custos para os utilizadores), cobrar lanços de auto-estrada junto a Lisboa e Porto, como os casos dos troços que ligam o Porto à Maia (A3) e a Ermesinde (A4), e ainda nos sublanços entre Sacavém e Alverca (A1) e entre a Ponte 25 de Abril e o Fogueteiro.
O Ministério da Economia adiantou, entretanto, que a colocação de portagens nos locais descritos não está em cima da mesa.
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