Uma subida da taxa de juro de referência pode acontecer já em Abril, admitiu esta quinta-feira o presidente do Banco Central Europeu, na habitual conferência de imprensa que sucede à reunião da entidade.
O BCE decidiu manter a taxa de juro para a Zona Euro em 1%, o valor mais baixo de sempre, uma decisão que pode ser alterada no próximo mês.
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«O BCE tem uma postura de forte vigilância e o meu entendimento é que o Conselho de Governadores pode decidir por uma subida da taxa de juro na próxima reunião», disse Jean-Claude Trichet.
Mas, ressalvou o líder do BCE, tudo vai depender de como as economias evoluírem e, principalmente, da evolução da inflação. Trichet admitiu aos jornalistas, citado pela Reuters, que a subida dos juros «não é certa, mas é possível», estando em cima da mesa, essencialmente, a inflação: «Vamos fazer tudo o que for necessário para garantir a estabilidade dos preços na Zona Euro».
A autoridade monetária redobrou a «vigilância» na evolução dos preços, com o objectivo de evitar «uma segunda ronda de efeitos, muito devido à subida dos preços do petróleo».
Ajudas às economias mantêm-se até Junho
Na mesma conferência, Jean-Claude Trichet garantiu que a autoridade monetária vai manter as medidas «não convencionais» de ajuda às economias, pelo menos, até Julho.
Uma decisão que se mantém mesmo depois da revisão em alta do crescimento para a Zona Euro: o BCE prevê que a economia da Zona Euro cresça entre 1,3% e 2,1%, em 2011, e até 2,8%, em 2012.
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Já sobre os planos do BCE para reduzir a dependência de liquidez dos bancos, Trichet não avançou muito: «Se e quando tivermos um plano, anunciarei».
Uma coisa é certa: «A garantia de liquidez será ajustada de forma apropriada», tendo em conta as circunstâncias e as tensões dos mercados, e tendo sempre presente que as medidas adicionais prestadas pelo banco central são, «por natureza, temporárias».
Já sobre as iniciativas europeias para vencer a crise, Trichet voltou a aplaudir as medidas, afirmando que «a Comissão Europeia vai no caminho certo», mas defendeu uma atitude mais forte por parte dos líderes europeus.
As reacções dos mercados às declarações de Trichet não se fizeram esperar. O banqueiro deprimiu as bolsas periféricas, os futuros das Euribor dispararam, o euro valorizou-se face ao dólar e o preço do petróleo aliviou.
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