Mais de 3 mil consumidores tinham reclamado até esta quinta-feira a existência de um desfasamento horário nos seus contadores de eletricidade, anunciou a coordenadora do departamento de estudos da Deco, Ana Tapadinhas.
Em declarações à Lusa, a responsável explicou que, desde que quarta-feira, quando a Deco disponibilizou uma ferramenta na sua página da Internet para os consumidores verificarem os seus contadores, foram encaminhadas para a associação cerca de 3 mil reclamações.
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A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) já garantiu que os consumidores cujos contadores com tarifa bi e tri-horária tenham um desacerto horário serão compensados pela EDP.
A análise da DECO dos contadores bi e tri-horários de 165 habitações mostrou que 60 por cento apresentam uma hora incorreta, o que significa que os consumidores estão a pagar mais do que deveriam na conta da eletricidade.
«12 por cento dos contadores registaram mais de 30 minutos de diferença e cerca de 14 por cento entre 11 e 30 minutos, ou seja, mais de um quarto da amostra apresentava um desvio bastante significativo face à hora correta», denunciou em comunicado a associação de defesa do consumidor.
Deco exige à EDP auditoria independente
Segundo a Deco, «apenas 41 por cento dos aparelhos tinham a hora real ou erros até dois minutos», realçando que foram detetados «nove casos particularmente graves, com diferenças iguais ou superiores a uma hora».
O que acontece é que os consumidores deslocam os seus consumos para o horário mais económico, consoante os tarifários contratados, mas, devido ao desacerto dos contadores, parte desses consumos faz-se em tarifas mais caras.
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«O mínimo que se pode esperar da EDP é manter um controlo rigoroso de qualidade dos seus instrumentos de medição e faturação», defendeu a associação, que exige uma auditoria independente aos contadores da elétrica liderada por António Mexia.
Entretanto, a ERSE explicou que «na sequência de um estudo efetuado, no final de 2011 e início de 2012, detetou um conjunto de anomalias nos respetivos relógios», adiantando que remeteu uma proposta, que prevê uma compensação financeira para os consumidores, para o conselho tarifário há cerca de duas semanas.
O regulador acrescentou que aguarda o referido parecer «para tomar, logo de imediato, uma decisão final sobre os procedimentos que devem ser seguidos».
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