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Acordo alcançado pela Grécia não é um 'mar de rosas'

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Schäuble diz que Atenas só conseguiu mais tempo e não receberá pagamentos se não cumprir o que está acordado

Não são esperadas surpresas no plenário do Bundestag, onde a grande coligação governamental de conservadores e social-democratas tem uma ampla maioria, apesar de existirem nas filas da União Democrata-Cristã (CDU) de Angela Merkel e na ala bávara da União Social Cristã (CSU) alguns deputados que se mostraram reticentes relativamente ao alargamento do prazo do programa de resgate grego. Na opinião de Schäuble, é compreensível que na Alemanha haja «muitas dúvidas» sobre a credibilidade do Governo grego na hora de cumprir compromissos, mas o acordo «claro» no Eurogrupo é de que «se não junta números (no plano de reformas apresentado), não receberá pagamentos». Schäuble reconheceu que as três instituições têm «grandes dúvidas» de que as medidas sociais que Atenas quer pôr em marcha possam ser financiadas, mas sublinhou que a clarificação dessa tarefa é de Atenas.

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O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, assegurou esta quarta-feira que Atenas só conseguiu «mais tempo» para cumprir o programa de assistência, advertindo que não haverá novos pagamentos se não completar «com números» o plano de reformas apresentado ao Eurogrupo.

«Não se pagará nem um euro com antecedência», garantiu Schäuble numa entrevista na emissora regional alemã SWR antes de o parlamento alemão votar na próxima sexta-feira o alargamento do programa de resgate à Grécia, citado pela Lusa.

«Não é fácil para a Grécia, mas também não é fácil para outros países. Ninguém pode viver de forma permanente acima das possibilidades», sublinhou o ministro.

Schäuble reconheceu que a decisão do Eurogrupo não foi «simples», mas mostrou-se convicto de que também não foi fácil para os responsáveis do Governo de Atenas, que durante a campanha eleitoral e depois das eleições contaram «algo totalmente diferente» e asseguraram que não iam cumprir o programa de assistência.

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Os parceiros da zona euro responderam-lhes que se queriam receber o resto da ajuda deviam cumprir e agora deram-lhes mais tempo, explicou o ministro.

«Têm mais tempo para poder cumprir as condições do programa que, de facto, deviam ter cumprido antes do final do ano passado. Se o fizerem, receberão os restantes pagamentos do programa em vigor, aprovado em 2012», resumiu o ministro.

Segundo Schäuble, o documento «decisivo» é a declaração aprovada na passada sexta-feira no Eurogrupo, na qual a Grécia se compromete a realizar mudanças nas reformas só com o acordo das três instituições (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional), «ou seja, a troika».

«Ficou combinado que a Grécia deve cumprir o programa e que só então se pagará», reiterou o ministro alemão.

A dificuldade que a Grécia enfrenta é recuperar a confiança dos investidores, que tinha começado a recuperar no último ano, mas que foi «de novo muito danificada com o palavreado do novo Governo», concluiu.

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