O trigo atingiu esta quinta-feira o valor mais alto em quase dois anos (23 meses), no dia em que a Rússia, o terceiro maior produtor do mundo, decretou a proibição as exportações, na sequência da pior seca vivida no país nos últimos 50 anos.
Esta é a medida «apropriada» para conter o aumento dos preços, que dispararam 19% na semana passada, muito mais rápido do que no auge da crise alimentar global em 2008, afirmou o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, citado pela Bloomberg. O país vai deixar de exportar trigo, cevada, centeio, milho e farinha a partir do dia 15 de Agosto e até 31 de Dezembro.
PUB
O trigo para entrega em Dezembro subiu já para 8,155 dólares ou 6,19 euros por bushel (medida de capacidade equivalente a 36,348 litros), na bolsa de futuros Chicago. Este é, aliás, o valor máximo permitido pela bolsa.
O anterior recorde de valorização da matéria-prima tinha sido atingido em Fevereiro de 2008, quando chegou a valer 13,495 dólares (10,244 euros), um aumento que desencadeou naquela altura motins no Haiti e no Egipto.
A onda de calor na Rússia, a seca no Cazaquistão, na Ucrânia e na União Europeia e ainda as inundações no Canadá que viu as colheitas arruinadas provocaram um aumento de 90% do preço do trigo em Chicago desde 9 de Junho.
«Os preços do trigo devem continuar a aumentar até ao fim de Agosto». É esta a convicção do gerente da equipa de produtos derivados da Samsung Futures, Chris Yoo.
O valor do arroz e do milho também tem estado a subir no mercado de futuros de Chicago.
PUB