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Voltar aos mercados mais cedo? Nunca no próximo ano

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Presidente da CGD acredita que novo Governo conseguirá cumprir metas acordadas nos prazos previstos e vai surpreender pela positiva

O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) não tem dúvidas de que Portugal vai ficar fora dos mercados de crédito durante pelo menos um ano. Quanto à ambição do novo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, de voltar aos mercados antes do prazo previsto (daqui a dois anos), Faria de Oliveira admite que dependerá da capacidade de cumprir as metas do acordo assinado com a troika dentro dos prazos previstos.

«É difícil estimar quanto tempo ficaremos fora dos mercados, mas admito que um ano seja o prazo mínimo», afirmou, acrescentando que «se conseguirmos antes, melhor».

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O banqueiro, que falava à margem do colóquio internacional «A gestão financeira pública e a crise», promovido pelo Tribunal de Contas, explicou que «depende muito da capacidade de cumprir os objectivos nos prazos previstos, mas sem qualquer dúvida que ainda levará algum tempo».

No que se refere à crise grega e aos possíveis impactos negativos em Portugal, o responsável admite que «para Portugal era importante que se encontre uma solução para o caso grego. Portugal poderá ser penalizado na reacção dos mercados mas a situação de Portugal é diferente. Temos um programa que está agora a começar a ser aplicado e Portugal tem mostrado capacidade de concretização dos compromissos assumidos. Com o problema político resolvido e com o novo Governo, que será um Governo de combate, e com capacidade de realização, julgo que Portugal vai surpreender pela positiva», afirmou.

Faria de Oliveira tem expectativas elevadas para o novo executivo. «Confio que será um bom Governo. Na área da economia conta com pessoas com um background académico excelente». Referindo-se ao ministro das Finanças, Vítor Gaspar, descreveu-o como «uma pessoa com experiência nas relações com a comunidade (europeia), Banco Central Europeu (BCE), etc. É um grande trunfo». Já na economia, está Álvaro Santos Ferreira, «um professor num país desenvolvido da América do Norte». O novo ministro leccionava na Simon Fraser University, em Vancouver, no Canadá.

Em suma, diz, trata-se de um «Governo preparado para implementar as mudanças que o país precisa e fazer cumprir os compromissos que assumimos no calendário previsto, de forma a retomar a confiança dos mercados. Politicamente, é o núcleo duro do primeiro-ministro, o que me parece digno de nota».

Mas Faria de Oliveira olha com olhos críticos para a comunidade europeia. «Não pode continuar a haver adiamentos. É necessária uma política nova na União Europeia, capaz de a encaminhar para uma federação europeia. É necessária uma maior coordenação nas políticas fiscais, económicas e orçamentais. Mas têm de ser os Estados em conjunto a definir o projecto público europeu», defendeu.

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