O PS apresentou esta quarta-feira um requerimento para ouvir no Parlamento o ministro das Finanças sobre os «critérios» e «prioridades» do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), que foi chumbado com os votos do PSD e do CDS-PP.
O requerimento foi apresentado durante a reunião da comissão de Economia e Obras Públicas, pelo deputado socialista Basílio Horta e contou com os votos favoráveis do PS, do Bloco de Esquerda (BE) e do PCP.
PUB
«O PS está preocupado com a situação do QREN», que é «particamente o que resta do financiamento à economia e às pequenas e médias empresas (PME)», afirmou Basílio Horta.
«O PS, acreditando nas palavras do senhor primeiro-ministro, acha que há uma mudança [na gestão do QREN]», disse o deputado, para justificar o pedido de audição do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, na Comissão de Economia e Obras Públicas.
«Se é o senhor ministro das Finanças que tem a última palavra neste domínio, queremos ouvi-lo aqui, nesta casa, nesta comissão, para que o país fique a saber quais são os critérios e as prioridades», acrescentou.
O requerimento foi chumbado, com os votos contra do PSD e do CDS-PP.
«Não podemos andar aqui a brincar aos números políticos», afirmou o deputado do PSD Luís Menezes, que acusou o PS de «estar a fazer números políticos para os outros lá forem verem».
O deputado do PSD disse que o primeiro-ministro estará esta tarde no Parlamento, no debate quinzenal, e «dará todas as explicações» sobre este tema.
PUB
O deputado do CDS João Paulo Viegas afirmou ser uma «precipitação» do PS apresentar o requerimento para ouvir o ministro das Finanças, considerando ser «criar um número político».
A polémica sobre a gestão do QREN surge depois de vários órgãos de comunicação social terem noticiado que a gestão dos fundos comunitários passaria da tutela de Álvaro Santos Pereira para a do ministro das Finanças.
Posteriormente, o primeiro-ministro esclareceu, na madrugada de domingo, que a coordenação do QREN se manteria no Ministério da Economia mas que Vítor Gaspar teria uma palavra decisiva sobre a reafetação dos fundos.
PUB