O empresário José Roquette afirmou esta segunda-feira em Lisboa que não antevê grande futuro para a Europa se não se tomarem soluções drásticas, acrescentando que há «alguma arrogância de que [a Europa] continua a ser o centro do mundo».
José Roquette, que falava na abertura da Semana Global do Empreendedorismo, de que é embaixador, colocou em causa a actuação dos líderes europeus perante a crise, e dirigindo-se à chanceler alemã Angela Merkel, disse que «as instituições da União Europeia estão claramente ultrapassadas e desajustadas», aconselhando a uma nova «refundação da Europa».
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O empresário observou ser «necessária uma autêntica refundação ou as sequelas vão agravar-se», questionando se os países estão dispostos a «abdicar de soberania para haver futuro na Europa».
Criticando Merkel por, recentemente, ter lançado a ideia de alterar os tratados da União Europeia em 2012, José Roquette voltou a criticar a lentidão dos europeus e rematou afirmando que talvez «não surjam soluções em tempo útil».
Para José Roquette, o actual ambiente «é do salve-se quem puder, em que a solidariedade e outras palavras terminadas e «dade» nada representam», sendo que, segundo o empresário, a Europa é «uma espécie de playground [parque infantil] a vender o seu passado já que não se vê o seu futuro».
Na sua intervenção, o empresário e ex-presidente do Sporting voltou a criticar os líderes europeus que participaram na cimeira do G20: «Tive um sentimento altamente frustrante que a cimeira do G-20 parecia um velório do euro».
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