Os juros da dívida portuguesa a 10 anos subiram para os 6% esta quinta-feira, um dia depois de o Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público ter colocado no mercado 750 milhões de euros em dívida com maturidade a um ano e de ter pago juros de 3,369%, bem acima dos valores registados na última emissão.
O país está a pagar cada vez mais pelo dinheiro que pede emprestado ao mercado. Os elevados valores dos juros da dívida registados hoje podem ser explicados pela pressão de conseguir controlar o défice público nos 7,3% este ano, como estava previsto. Mas a verdade é que o endividamento do Estado cresce 2,5 milhões de euros a cada hora que passa e podem vir aí mais medidas de austeridade para contornar o buraco de mais de mil milhões criado sobretudo pelo submarino Tridente, Estradas de Portugal e ensino superior.
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Nova emissão de dívida na próxima quarta-feira
Portugal vai voltar aos mercados para emitir dívida já na próxima semana. O IGCP anunciou esta quinta-feira novo leilão para quarta-feira. O objectivo é colocar até mil milhões de euros de dívida publica, em duas linhas de Obrigações do Tesouro, com maturidades em Outubro de 2014 e Junho de 2020.
O juro a pagar pelo empréstimo está fixado nos 4,8% e o IGCP espera arrecadar, em termos globais, entre 750 e mil milhões de euros. O mínimo de alocação estipulado para cada linha é de de 300 milhões.
No leilão de ontem, a procura superou a oferta, mas ficou aquém dos valores registados em emissões anteriores. Pior, os juros dispararam, dando sinais cada vez mais claros de que os custos de financiamento do país não param de aumentar.
Portugal emite dívida: juros a um ano disparam
Dívida do Estado cresce 2,5 milhões por hora
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