Portugal está em maus lençóis no que toca ao cumprimento do limite global de endividamento inscrito no Orçamento do Estado para este ano. O tecto máximo é de 17,4 mil milhões de euros, mas a verdade é que só entre Janeiro e Agosto a dívida do Estado superou os 14,2 mil milhões. Ou seja, 2,5 milhões por hora.
São sinais de que o Governo está bem perto de ultrapassar a dívida estimada para 2010. As contas apresentadas na edição desta quinta-feira do jornal «Público» foram feitas pelo presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão, o economista João Duque.
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E se o país está aparentemente a dar sinais de recuperação este ano, segundo o Governo, a verdade é que nos primeiros oito meses do ano passado o endividamento subiu a um ritmo menor em 27% em relação aos níveis actuais.
Naquele período, a dívida do Estado cresceu 11,1 mil milhões de euros, a um ritmo de 1,9 milhões por hora. Conclusão: o cenário deste ano agravou-se.
Pedir dinheiro emprestado fica cada vez mais caro
Basta observar as emissões de dívida realizadas até agora, para perceber que o país tem revelado uma necessidade crescente de pedir dinheiro emprestado ao mercado.
Ainda ontem, quarta-feira, os juros dispararam na emissão de Bilhetes do Tesouro a um ano para a taxa mais elevada das emissões feitas este ano com estas características. Ou seja, os custos de financiamento de Portugal não param de aumentar.
Esta tarde, o Ministério das Finanças respondeu, em comunicado, garantindo que o limite de endividamento «não será ultrapassado», ao mesmo tempo que «serão tomadas todas as medidas necessárias» para atingir as metas do défice e da dívida pública. Veja aqui
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[Notícia actualizada às 18h40]
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