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Rajoy: preços atuais limitam financiamento da Espanha

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Chefe do Governo espanhol admite que, assim, «é muito difícil que a economia possa crescer»

A Espanha não se pode financiar «durante muito tempo» aos preços atuais do mercado. O aviso é do presidente do governo espanhol que esta quarta-feira advertiu que, com o atual risco de dívida, «é muito difícil que a economia possa crescer».

Um cenário difícil numa altura em que parece que o país vive à mercê da «histeria dos mercados», perante um resgate da banca com efeitos ainda por sentir e quando o défice do Estado aumentou, atingindo já a quase totalidade do valor previsto para todo o ano, e com a recessão a agravar-se a olhos vistos.

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Mariano Rajoy referiu-se aos dados do risco de dívida - medido pelo diferencial entre os títulos espanhóis e alemães a 10 anos - na sessão de controlo ao Governo no Congresso de Deputados, onde foi questionado pela oposição sobre as posturas que defenderá no Conselho Europeu desta semana, escreve a Lusa.

Em resposta ao líder socialista, Alfredo Pérez Rubalcaba, e ao porta-voz do Partido Nacionalista Basco (PNV), Josu Erkoreka, o chefe do governo mostrou-se confiante que a cimeira europeia «fará avanços importantes» no sentido da união bancária e fiscal.

No encontro, Rajoy vai defender cinco propostas, que incluem o saneamento das contas públicas e redução do défice, a manutenção das reformas estruturais e o desenvolvimento da integração dos mercados.

Rajoy disse que defenderá ainda medidas para estabilizar os mercados e evitar o aumento do risco da dívida e avanços para a união bancária e fiscal europeia.

«Creio que todas as medidas são importantes, mas hoje o mais importante é financiarmo-nos nos mercados».

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O chefe do executivo espanhol disse ainda que a sua equipa está empenhada em solucionar o problema «sério» das participações preferentes, produtos financeiros «complexos» vendidos «incorretamente» a pequenos investidores.

«Estamos conscientes da magnitude do problema, que advém do incorreto procedimento das entidades financeiras sobre estes produtos complexos e de difícil entendimento».

«O governo está a trabalhar com órgãos de supervisão para solucionar estes problemas, por um lado para dar saída a quem está preso nestes produtos e, por outro, para que isto não volte a ocorrer de novo».

Rajoy recordou que a complexidade dos produtos significa que, tradicionalmente, «sempre se dirigiram a investidores institucionais», capazes de entender a forma como funcionavam, mas que a partir de 2009 «foram vendidos a pequenos investidores que pensaram que recebiam investimento sem nenhum risco».

«É um problema sério de que estamos absolutamente conscientes. Já se realizaram operações de troca das preferentes por produtos mais líquidos e de mais fácil compreensão, como depósitos e ações».

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Com as várias propostas a ser estudadas e implementadas, disse, a solução do problema chegará a 75 por cento dos afetados.

Esta questão foi levantada pelo deputado da Esquerda Republica da Catalunha Alfred Bosch que, por seu lado, atacou o facto de o governo não perseguir os responsáveis pela venda de «investimentos arriscados que não deram informação adequada» aos pequenos investidores.

«Não se entende como não se julga os responsáveis. Há um milhar de famílias enganadas pela fraude massiva das preferentes e os decretos do governo ainda só abriram a porta à troca de preferentes por ações que atualmente são praticamente lixo».

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