A subida dos preços das matérias-primas afectará não só os países pobres, mas também os ricos, que têm níveis de desempregado elevados e estão a recuperar lentamente da recessão, alertou esta segunda-feira o secretário-executivo adjunto da Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa, Andrey Vasilyev, na abertura do Fórum Global de Matérias-Primas.
Claro que a «volatilidade dos preços tem um impacto muito negativo nos grupos mais vulneráveis, sobretudo nas regiões com menores rendimentos dos países em desenvolvimento, onde as despesas com a alimentação representam 80 por cento do orçamento familiar», assinalou Supachai Panitchpakdi, secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).
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Segundo noticia a agência Lusa, Panitchpakdi lembrou que os preços das matérias-primas têm estado sujeitos a grande volatilidade desde meados de 2010, o que é «uma enorme preocupação».
O secretário-geral da UNCTAD assumiu que a causa desta subida não se deve apenas a «movimentos especulativos», mas também a catástrofes naturais como os incêndios na Rússia ou as inundações no Paquistão, bem como o aumento da procura em países emergentes como a China.
Por outro lado, o director-geral da Organização Mundial do Comércio, Pascal Lamy, defendeu que deve ser concluída logo que possível a chamada discussão de Doha (um processo de liberalização comercial que está a ser negociado desde 2001) para «acalmar a situação».
«Quando esta negociação for concluída, os países menos desenvolvidos podem ter acesso aos mercados desenvolvidos com tarifa quase zero», acrescentou Lamy.
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