As medidas do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) antecipadas para entrar em vigor este ano serão tidas em conta na decisão da Moody`s sobre o rating de Portugal, disse esta quinta-feira o vice-presidente da agência, Anthony Thomas.
«Iremos avaliar a posição das finanças públicas, o impacto das medidas já anunciadas e aquelas que provavelmente se seguirão, e o seu impacto tanto a nível orçamental, como no crescimento económico, na balança comercial com o exterior e noutros dados macroeconómicos de forma a determinar se o rating da dívida soberana de Portugal é confirmado ou cortado», explicou o número dois da casa de notação à Lusa.
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Moody`s ameaça corte do rating de Portugal
«Vamos avaliar as recentes decisões do Governo em acelerar o seu programa de consolidação orçamental e o que isso provocará, não só em termos dos números da dívida mas também para o crescimento», garantiu Anthony Thomas.
Para o analista sénior para o risco de soberanos, a dívida portuguesa é «bem estruturada» e, apesar de se preverem aumentos nos custos de financiamento, estes não deverão prejudicar os esforços para reduzir o défice orçamental.
Banca: riscos sobre incumprimento em máximos
«Uma vez que os ratings são ordinais, nós avaliamos de perto os países logo acima e abaixo de Portugal para avaliar precisamente onde o país melhor se enquadra em comparação com os seus pares», acrescentou ainda Anthony Thomas.
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O anúncio da Moody`s surgiu no momento em que os mercados vivem momento de grande turbulência, um «infortúnio» na opinião de Anthony Thomas.
Para o vice-presidente da casa de notação financeira, altura da decisão «infelizmente» coincidiu com o nervosismo dos mercados, mas isso não influencia as decisões da agência.
O timing na divulgação das avaliações da parte das agências de rating tem sido muito criticado, especialmente depois da Standard & Poor`s cortar a avaliação da dívida de Portugal, Espanha e Grécia, numa altura de turbulência dos mercados.
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