O consultor do Governo António Borges afirmou, esta quarta-feira, que a expetativa é que a Votorantim, o segundo maior acionista da Cimpor, saia da empresa na sequência da Oferta Pública de Aquisição (OPA), devendo levar alguns ativos da cimenteira portuguesa.
António Borges foi ao Parlamento, na sequência de um requerimento apresentado pelo Partido Socialista, para prestar esclarecimentos sobre a OPA anunciada pela InterCement (detida pela Camargo Corrêa) sobre a Cimpor, por 5,50 euros por ação, escreve a Lusa.
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«A expetativa é que a Votorantim saia da Cimpor, sempre foi interesse deles sair. E, seguramente, levará consigo alguns ativos da Cimpor, correspondentes à sua participação, embora isto seja uma matéria entre eles e em relação à qual não temos nada a dizer», afirmou António Borges, que foi ouvido, esta manhã, na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas.
Borges defendeu ainda que o que a operação tem de «interessante» para a cimenteira portuguesa: « é que a saída da Votorantim, sempre inevitável e que noutras circunstâncias levaria a um verdadeiro desmembramento da Cimpor, traz a entrada da Camargo Corrêa e das suas fábricas, de uma forma que mantém a dimensão da Cimpor relativamente estável».
Sobre um eventual acordo entre a Camargo Corrêa e a Votorantim (os dois maiores acionistas da Cimpor), Borges disse que, se o mesmo existe, não é do seu conhecimento.
«Pode eventualmente a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) conseguir que eles o ponham no domínio público, o que seria interessante, mas é verdadeiramente um acordo entre dois acionistas privados», acrescentou.
A existência de um acordo entre as duas empresas brasileiras foi negada pelo presidente da Votorantim Cimentos e administrador da Cimpor, Walter Schalka, a 20 de abril, em Lisboa.
Entre os principais acionistas da Cimpor estão a Camargo Corrêa (32,9%), a Votorantim (21,2%), a Caixa Geral de Depósitos (9,6%), o Fundo de Pensões do BCP (10%) e o empresário Manuel Fino (10,7%).
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