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«Governos descuraram alertas da crise 10 anos antes do euro»

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Crise é «inevitável» e «vai durar muitos anos», diz o economista Vítor Bento

O presidente da SIBS- Sociedade Interbancária de Serviços criticou esta quarta-feira os governos que ignoraram os alertas de crise dados por alguns economistas.

«A abundância ao crédito fez como que os governos tivessem descurado os desequilíbrios macroeconómicos, para os quais tinham sido prevenidos por alguns economistas, dez anos antes do euro», disse Vítor Bento durante um jantar conferência organizado pelo Jornal de Leiria, no âmbito do aniversário dos 20 anos da revista 250 Maiores Empresas do Distrito de Leiria.

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«Como apertar o cinto com crédito fácil e barato?»

O «azar», referiu o economista, foi a existência do euro «ter coincidido com um período de abundância de liquidez no mundo inteiro, com taxas de juro muito baixas, que proporcionaram crédito fácil e barato para tudo e mais alguma coisa». E isso acabou por «anestesiar» as reacções.

«Poderia haver três ou quatro economistas a dizer que aquilo ia dar problemas, mas quem era o político que iria dispor-se a apertar o cinto a uma sociedade que tinha crédito fácil e barato? E quem é que isso perceber apertar o cinto em condições dessas?».

Países ignoraram, dívidas acumularam

Certo é que todos os países «estavam sinalizados», mas a opção foi «não se dar atenção», pelo que as dívidas foram-se acumulando.

Admitindo que a crise era «inevitável» e que «vai durar muitos anos», Vítor Bento defendeu que «se tivesse acontecido há cinco anos, num prazo curto da existência do euro, teria sido relativamente fácil de resolver e com menores custos», cita a Lusa.

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Crise: solução está na competitividade

Para sair agora da crise, é preciso «atacar o problema da competitividade». Um problema que, a médio prazo, terá de ser resolvido através da produtividade, pois só assim é possível melhorar o nível de vida do país.

«A produtividade não se consegue influenciar a curto prazo». A única solução é «actuar do lado dos custos». Mas, alertou, como qualquer medicamento «tem efeitos colaterais: trata bem uma coisa e faz mal a outras».

Por fim, Vítor Bento discordou de alguns economistas que defendem a emigração e as transferências fiscais como instrumentos de compensação para a crise.

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