Uma «bomba contra a Segurança Social». Foi assim que o Bloco de Esquerda classificou o plafonamento deste sistema, que «coloca em causa défice e contas públicas por mais de uma geração».
Numa declaração política na Assembleia da República, o líder parlamentar bloquista, Luís Fazenda, criticou em toda a linha um eventual plafonamento da Segurança Social e advertiu que a mudança para um sistema misto só pode ser feita com uma revisão da Constituição, tendo sido secundado nas críticas pelo PS e PCP.
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«O PSD e o CDS-PP nesta matéria estão a querer fazer este debate fora dos mecanismos de debate de uma revisão constitucional», disse Luís Fazenda, citado pela Lusa, acusando o Governo de «lançar um cenário de apocalipse» sobre o sistema de Segurança Social quando no Orçamento do Estado assumia «a sua sustentabilidade por um prazo de 40 anos» e de lançar «o dinheiro das reformas na lotaria de casino».
«A privatização parcial do sistema de pensões, entregando uma parte do dinheiro das reformas a um sistema de capitalização no setor financeiro, é uma proposta inoportuna, impraticável e que coloca em causa o défice e as contas públicas por mais de uma geração. Enquanto não se livraram do fundo de pensões dos seus funcionários, os bancos não descansaram».
PS: «Plafonamento não é proposta sustentável»
Pelo PS, o deputado e ex-secretário de Estado da Segurança Social Pedro Marques atacou o «aventureirismo lançado» pelo ministro do CDS-PP de «retirar receitas durante décadas» ao sistema público e citou declarações de Ferreira Leite e Bagão Félix, «duas personalidades da direita», que já se manifestaram contra a oportunidade deste debate.
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«O plafonamento não é seguramente uma proposta para dar sustentabilidade à Segurança Social, o estudo anexo ao Orçamento diz que está sustentada e pode pagar pensões para lá de 2050», notou o socialista, citado pela Lusa.
Mota Soares é «pirómano liberal»?
Já o presidente do grupo parlamentar do PCP, Bernardino Soares, comparou Mota Soares a um «pirómano liberal» que «semana após semana procura deitar fogo a tudo o que existe e que foi conquistado pelos trabalhadores desde o 25 de Abril».
«Sou quase capaz de concordar com tudo o que disse Pedro Marques, mas quem foi que pôs esta coisa terrível do plafonamento na lei? Quem foi? Foi ou não foi o PS?», interrogou, em tom irónico.
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